Escolhas são sempre escolhas - por Daniela Gebelucha

ESCOLHAS SÃO SEMPRE ESCOLHAS!

 

Foi um anoitecer diferente de todos os outros. Ao chegar em sua casa, Ana sentia fortes dores no peito, sentou-se no sofá. Respiração difícil, pulso fraco, os sintomas aumentavam. Uma angústia tomava sua alma e fazia palpitar seu coração.

Ana olhou para a agenda telefônica na mesa de centro, pegou-a, procurava o número de Tomás, seu primo que morava na cidade vizinha. O nervosismo não permitiu que ela encontrasse, folhou-a várias vezes e nada! As dores aumentavam, um filme passava por sua mente. Era tão jovem e cheia de vida!

            Aquela sala pequena parecia enorme ao olhar dilatado da moça.

“Emergência”! Viu em letras garrafais em uma das páginas iniciais da agenda. Discou o número, segundos após a telefonista atendeu, chamou a ambulância...

Deitou-se no sofá, sentia tremores, lágrimas rolavam pelo seu lindo rosto. Lembrava-se de sua mãe ausente, dos belos ensinamentos do seu pai, das paixões vividas e dos amores ainda não idealizados. Pensou nos amigos que não tinha, nos colegas afastados, nos desejos reprimidos, na falta de carinho, nas palavras não ditas...

E principalmente, lembrava-se de Jonas, moço que a pouco conhecera, ele era importante. Ana gostava dele, via-o todos os dias. Às vezes, conversavam sobre o tempo, a infância, os amores e de vez em quando, beijavam-se, trocavam carícias e desejos.  Mas eram amigos, isso aumentava o deslizar das lágrimas imbuídas de tristeza. Entre choro e soluços, a palpitação torácica agravava.      

Minutos passaram, a sirene da ambulância podia ser ouvida na vizinhança. Ao entrarem na sala, os enfermeiros se deparam com o silêncio brutal que se agregara àquele corpo esticado no estofado. Verificaram a pulsação e os batimentos cardíacos já inexistentes. Os socorristas deparam-se com um corpo tão belo, tão jovem e sem vida! Um deles falou:

- Não há nada a fazer!

Em cima da mesa, uma carteira. A enfermeira abriu-a. Nela encontravam-se a carteira de identidade de Ana, uma cartela de uma substância de controle de insuficiência cardíaca nunca usada, uma receita médica, uma carta para Jonas e uma foto.

A obscuridade pairava pelo ar, a noite estava fria. Gemidos e choros de pessoas que somente naquele momento vieram fazer parte da história da jovem, que ao morrer levou consigo sonhos.

Sonhos das pessoas que estavam na foto serem seus amigos e colegas de verdade! De elas fazerem parte de seu cotidiano com respeito e amizade!

Sonhos de que Jonas deixasse de ser seu amigo para ser pai de seus filhos e seu eterno amor! Partilhar a vida e os objetivos.

Sonhos de ter uma identidade reconhecida não só em seu documento, mas pela sua mãe! Mãe esta, que se lamentava sobre a filha no caixão, pelo amor que deixara de dar!

            Sonhos são sempre sonhos! E escolhas são sempre escolhas! Quais são seus sonhos? Quais são suas escolhas?

 

 

 

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