Estamos Vivendo Mais? - por Delanie Velázques

Estamos Vivendo Mais? - por Delanie Velázques

Estamos Vivendo Mais?

 

¾ Ser empresário hoje é muito mais complicado do que há algumas décadas, não é mesmo? Foi o que eu comentei com meu amigo Anselmo, um bem sucedido empresário que, de vez em quando, compartilha comigo as novidades de seus negócios e os recursos que a tecnologia lhe oferece. Um deles, que mais me chama a atenção, é a possibilidade de monitorar, através de dispositivos móveis, como tablets e celulares, toda a movimentação em suas empresas durante as 24 horas do dia de qualquer lugar do planeta.

Então passei a falar sobre minhas impressões acerca de possíveis efeitos prejudiciais que essa nova forma de viver pode causar à saúde humana. ¾ No passado, não tinha nada disso, as pessoas não tinham de ficar continuamente “ligadas” em seus negócios ¾ disse eu. ¾Tal hábito deve causar um desgaste muito maior nos empresários de hoje em relação aos do passado.

¾É, mas em compensação, hoje em dia produzimos mais e lucramos muito mais do que seria possível no passado. Posso viajar para qualquer parte do planeta e continuar em contato com meus negócios e resolvendo qualquer problema que surgir. Antes isso não seria possível, ¾ declarou Anselmo triunfante.

Eu, que ainda não havia me dado por vencida, questionei mais uma vez: ¾Mas será que essa exigência de estar continuamente ligado nos negócios não traz um ônus para a saúde?

¾Mas é claro que não! Você sabe que hoje em dia estamos vivendo mais, bem mais que há algumas décadas, não é mesmo? A expectativa de vida do brasileiro vem aumentando a cada ano, os métodos de diagnóstico e tratamento se aprimorando cada vez mais, hoje se vive muito mais e melhor do que no passado. Você deve saber disso, Delanie, você que tem certa ligação com a área da saúde ¾ provocou ele.

Nossa conversa terminou ali, pois íamos participar de um evento que estava tendo seu início. As palavras de Anselmo ficaram em minha cabeça: “Estamos Vivendo Mais”.

Não tive como contestá-lo. Ele tinha razão quanto à expectativa de vida ter aumentado e aos progressos da medicina nas áreas de diagnóstico e tratamento. Então desejei fazer uma pesquisa sobre os fatos da vida,  ou seja, o que realmente está por traz do aumento da expectativa de vida. Fui direto para o site do IBGE e Ministério da Saúde e colhi alguns dados, contudo surgiram em minha mente novas questões: Será que estamos vivendo mais como poderíamos viver?

Eliminando as causas externas (acidentes, catástrofes naturais, violência), qual o tempo de vida que a espécie humana poderia atingir, utilizando-se dos recursos da ciência, sobretudo dos conhecimentos nas áreas da biologia molecular e da medicina genômica, em métodos de diagnóstico, tratamento e, sobretudo, prevenção de doenças e manutenção de um corpo humano saudável?

Algum tempo depois encontrei Andreia, irmã de Anselmo. Perguntei como estava e ela me comunicou que agora era diabética, estava fazendo acompanhamento médico, tomando medicamentos e evitando certos alimentos. Também percebi que Andreia como companheira inseparável uma caixa de soníferos.

¾Nunca mais tive problemas para dormir¾ disse ela.

¾ E Anselmo ¾perguntei.

¾Está bem, está seguindo as orientações de seu médico, tomando os remédios direitinho.

¾Remédios, mas que remédios? ¾ perguntei eu.

¾Anselmo também é diabético e tem pressão alta. O médico lhe prescreveu alguns medicamentos e disse que ele precisa fazer exercício físico.

As pessoas chegam tranquilamente aos 80, 90 ou 100 anos hoje em dia, me dissera Anselmo. Isso é verdade. Mas, analisando bem, as pessoas que hoje tem 80 ou 90 anos, viveram em uma realidade muito diferente da nossa. Passaram boa parte de suas vidas em uma sociedade onde o ritmo de atividades diárias não era tão acelerado, não se exigia tanto das pessoas como hoje. Será que as pessoas de hoje, que aos 40 anos (ou bem antes disso), já estão diabéticas e hipertensas vão chegar a viver 80 ou 90 anos? E, se viverem, terão uma vida de qualidade, que lhe permita desfrutar cada momento do dia?

E você, leitor, o que opina? Estamos, realmente, vivendo mais?

 

 

 

 

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