Gota Salgada - por Conceição Oliveira

Gota Salgada - por Conceição Oliveira

Gota Salgada

 

A chuva,

acinusada e triste

adentra os dias

curtos

e as noites estendidas

sem luar.

 

As gotas,

almas penadas

deslizando…

Batendo, sufocam o vidro das janelas

os telhados, os caminhos

como se quisessem diluir o gelo que habita os corpos

onde a réstia de calor

(guardada)

esmorece.

 

Não podendo refrear o caudal

deixo à cascata invernil

toda a liberdade

e o assombro

do frio.

 

É então que me declaro encerrada aos pensamentos

para que, fora de mim, naveguem livres

como águas pluviais a inundar margens

a desatar amarras

e nós

que quero longe da minha janela…

 

Só assim a poesia fluirá

livre como uma gota salgada

sobre a minha face

e os invernos

escorrendo.

 

Tão nossos

dentro da chuva.

 

Conceição Oliveira, in “A COR da MINHA ALMA”

I Antologia de POESIA contemporânea ilustrada,

 

Associação da Amizade e das Artes Galego Portuguesa

 

 

 

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