Nem sempre é o que parece ser... - por Mirian M. de Oliveira

NEM SEMPRE É O QUE PARECE SER...

MIRIAN MENEZES DE OLIVEIRA

 

Não! Não temos aqui um jogo de ilusionismo, nem “tratatos filosóficos”, muito menos uma descrição de imagem... Também não uma história melancólica, nem de mistérios... “Mal e má”, (como dizia vovô!) uma crônica... PELO MENOS É O QUE PARECE SER...

Esta é da série “crônicas parisienses” e ressalta, logicamente, minhas “gafes inspiradoras”... embora, dessa vez, haja coadjuvantes no enredo.

Estávamos há cinco dias em Paris; a Exposição acontecia no Carrosel du Louvre, magnificamente, e tudo estava perfeito...

Precisávamos conhecer outros pontos turísticos, que nos alimentassem mais e mais de CULTURA, embora toda a Paris seja CULTURA... até o lixo é cultural. Fiquei louca, quando me deparei com uma caçamba, repleta de livros, desenhos e revistas de moda, mas podemos deixar este assunto para outro dia...

Naquele dia, tínhamos mapas, guias... celulares com GPS e um pequeno folheto explicativo sobre as Catacumbas de Paris. Poderíamos ir pelo Metrô, mas optamos por fretar um veículo, pois não estávamos tão distantes do local... apenas do lado contrário, mas tudo bem!

O motorista atencioso vislumbrou todas as nossas peripécias. Aproximei-me sorridente e o abordei com as palavras-chave: 

_ Bonjour! S'il vous plaît... La Catumbas de Paris...

 

Nesse momento, pela mistura de idiomas, o motorista havia percebido que o grupo era de turistas e respondeu em espanhol :

_ Sí...

 

Diante da primeira resposta, colocamos para fora, todas as nossas habilidades corporais e linguísticas: um fazia mímica... outro misturava francês com espanhol... outro falava inglês... Só não nos comunicamos em língua portuguesa.

 

O motorista tudo observou e, monossilabicamente, informou o valor total da passagem.

 

Entramos felizes da vida: conversamos, contamos piadas, gargalhamos... até que o silêncio do motorista nos incomodou.

 

Um amigo arriscou o espanhol :

_ ¿Nos entienden?

 

_ Claro que sim, pois sou de país de língua portuguesa! Estou a observar, somente! Se querem falar francés, falamos francés… se querem falar espahol, falamos espanhol… entretanto estou a entender tudo o que falam, desde o principio!

 

Nossa! 

 

Ficamos mudos por alguns instantes!

 

De repente, uma voz quebrou o silêncio:

 

_Falamos muitas bobagens!

 

_ Não! Tudo bem! – Se falassem bobagens, já estariam todos fora deste veículo.

 

_ Ah, bom! Desculpe-nos por qualquer coisa!

 

_ Tudo bem! Somos de países irmãos!

 

O restante do trajeto foi silencioso. Estranho, não?! Poderíamos até falar mais! Encontramos uma pessoa que falava nossa língua.

 

Finalmente: O DESTINO!

 

_Obrigada, Senhor! Desculpe-nos por qualquer brincadeira!

 

_Por nada! Foi divertido! Cá estamos! Podem descer!

 

Gente! 

 

Nem sei como realizamos o acerto… só sei que esperei o veículo partir, para que pudesse explodir em risos!

 

Meu Deus! Por que complicamos tanto?

 

Enfim, chegamos “Às catacumbas de Paris” e esta já é outra história… mais séria…

 

Não que esta não seja! Se é que me entendem?!

 
 
 
 
 

 

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