Notícias da Vida - por Carmen Jacques Larroza

 NOTÍCIAS DA VIDA

 

              Uma tarde linda acena borboleteando com mãos de cetim. Convida a um paasseio de mãos dadas,, em moldura de risos, a planos para um futuro próximo. Convida a sentar abraçados sobre a pedra que descansa esquecida à beira mar. Convida a sonhos, à delícia de amar. Amar sem fronteiras, sem barreiras. Amar, simplesmente, à vida toda, em prosa ou em verso; até que a morte os separe. 

      Uma sala de espera. Um consultório. Um envelope nas mãos. Sorrisos despreocupados. Corações apressados para correrem à vida e aos planos que  nos esperavam lá fora: um passeio à casa de campo. Sem hora marcada para voltar. Contudo, apressado em chegar.

     Horas arrastadas  para quem queria correr para os braços da vida. Sim, lá era a vida a viver em nós dois.

     Finalmente, "Boa tarde". Sentem-se". 

    Abre-se o envelope, até então, seguro na mão. Os olhos dele analisaram. Avoz seca e contida falou:

     - Aqui, temos muitas metástases espalhadas. Não são a origem. Precisamos descobri-la.

     Meu estômago nauseou. O peito ferveu... Congelou!

     Incrédula, não consegui balbuciar um "Ai".  O tapete, o solo, abriram-se sob   meus pés. Mergulhei em um mar revolto de ondas gigantescas e furiosas. 

     Estarrecidos, saímos dali. A erupção do vulcão me jogava lavas das lembranças de 1988. De tudo o que sofri e vivi com meu pai. Desta vez, seria  com o homem que era meu primeiro e único amor. Conheci com nove anos de idade. Ele tinha doze. Ali, naquele consultório, em um segundo, uma notícia, jogou-nos no epicentro de um furacão.

                   Olá amigos leitores. 

     A saudade deste cantinho, chamado  Divulga Escritor, me trouxe de volta. Não é um cantinho da sala, nem de  um  lugar qualquer. É  um cantinho especial. É o meu aconchego solidário. 

     Talvez alguém se pergunte "Por quê aconchego solidário"? Respondo. Porque ele será  o desabafar, em um "papel", da realidade, que está me envolvendo, com suas mãos de violência e suas garras de rapina.

     Farei, deste espaço ou desse cantinho, um  confidente. Mudo, contudo, um confidente disposto a receber e a ouvir lamentos, conflitos e perguntas irrespondíveis que, hoje, me faço e são o meu dia-a dia. Farei, aqui, o "Meu Diário de Bordo". De bordo? Ou de leito? Será de cadeira? Ou será, quem sabe, o Diário de um Náufrago? Náufrago? Sim, um naufrágio cercou minha vida e me faz lembrar de Jonas e de Paulo.  Com uma grande diferença: ambos venceram a luta. E, eu? Deixo  essa pergunta no ar, para quem quiser gastar seu tempo em respostas, opiniões incógnitas. Porém, muito me contentarei com  a simples leitura de alguém, das experências reais que pretendo compartilhar. Talvez, haja, alguém necessitando saber que não está lutando sozinho, contra um mar revolto, um naufrágio. Talvez, meus escritos, minhas experiências sirvam para consolar ou conformar uma pessoa apenas. Isso já me bastaria. Quem sabe? O  mundo  virtual é´tão  extenso...

 

 

 

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