O coletivo, as flores da praça e o destino - por Maria Dilmar

O coletivo, as flores da praça e o destino - por Maria Dilmar

   O coletivo, as flores da praça e o destino

 

  Aprendi que o destino é uma estrada única que vem para cada pessoa com o mapa de tudo que teremos e seremos.

  Aprendi também que nessa trajetória costumamos ziguezaguear, alterar a rota e criar labirintos. Dizem os sensitivos e estudiosos da alma, que trazemos dentro de nós, uma luz magica, que acende sempre que necessário quando quer nos alertar ou nos ajudar a decidir ou prevenir. Chama-se: intuição.

  Sei de muita gente que sequer lhe dá ouvidos! E muitos nem acreditam que funcione mesmo.

  Eu sempre fiquei tentada em contrariá-la. Sempre que ajo dessa forma, me dou mal, me arrependo e as vezes pago caro e fico com marcas e sequelas para a vida inteira.

  Era manhã, chovia e eu apressada, atrasada nem sequer sorria. O ônibus enchia como de costume. E o empurra pra lá e pra cá começara. De repente, eu sentada tomo um susto! Aquele homem lindo caiu no meu colo. Preocupado e rápido, enquanto tentava se recompor, já me pedia desculpas culpando o tumulto e as pessoas. Entendi e acenei demonstrando entender a situação e até aproveitei para pedir para segurar sua maleta preta. Ele riu um pouco sem jeito mas concordou.

  Fez-se um silencio. Eu sentada, ele em pé bem ali ao meu lado. De repente como nem porque nossos olhares se encontraram de novo. E dessa vez um raio se estabeleceu num “clic” e ficamos como que paralisados. Não lembro mais quem começou a conversa. Sei que se chamava Igor, que era vendedor numa sapataria chique. Usava um perfume gostoso com sabor de limão. Tinha um beijo maravilhoso. E sabia como ninguém seduzir uma mulher.

  Gostava de poesia, de cantarolar sussurrando ao pé do ouvido e de oferecer flores lindas dos jardins das praças. Moreno claro, alto, mãos suaves abraçava como se beijasse.

  Acho que nos apaixonamos. Senti até que ele podia ser a parte da minha metade.

  Mas havia uma estrada a minha frente. Um monte de sonhos me acenando e uma inquieta estimulante sensação de que havia mais, muito mais coisas belas e interessantes me esperando.

  Com um aperto no peito e uma sensação de vazio me despedi dos beijos nos intervalos do almoço, dos abraços no começo da noite a caminho do ponto de ônibus e das promessas de para sempre.

  Os anos passaram como raios, relâmpagos e trovões e eu, esqueci de apagar as lembranças. Até mesmo aquela lusinha azul que insinuava calmaria, sinos tocando e pássaros cantando quando ficávamos juntos.

  Será minha intuição só queria ziguezaguear? Com quem será que ele anda hoje de mãos dadas?  Ah destino!

 

 

 

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