Olhares - por Ione Kadlec

OLHARES

 

Que me venha estes olhares.

Felinos ou não.

Miúdos, finos.

Brotando das treliças de madeiras que, pacificas, sustentam:

cachos fartos, ralos, graciosos, ásperos, doces, azedos, agridoces,  pesadas roseiras.

Rosas, mil cores,  mas sempre rosas.

Sopra o vento.

Antônimo,  sinônimo

Todas as coisas.

Som de violas, vozes, mares.

Vilões, donzelas, gaiolas

Nuvens a bailar, acompanhadas das estrelas: diamantes no dedo de Deus.

Que me venha estes olhares

Certeiro, mudo, revelador, leitor das linhas das mãos - traços mal feitos –

Linhas apagadas a desenhar rios, corpos que desaguam no coração.

Pedalando letras, cosendo sílabas, vivendo.

Morrendo nas redes fartas: peixes.

Vejo rios finos, veias, sangue.

Oh, grande Tejo!  

Faço-me equívocos, enganos, amor e paixão.

Numa alma simples, mortal, repleta de ausências, encharcada de esperança, com os pés no flamenco. 

Que me venham todos estes olhares feitos mãos abertas, abraços apertados, amorosos.

Brilho de igualdade.

Fraternidade

Lua cheia na mais linda noite de verão.

 

 

 

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