Primeiro e único - por Adriana Freitas

 

PRIMEIRO E ÚNICO

            Tudo foi muito rápido. Começo e fim. Efêmero como uma brisa. Como o nosso primeiro encontro. Já te conheci de saída. Você, cavalheiro, me chamou um táxi. O nosso cumprimento já foi uma despedida, com um breve, mas gostoso beijo.

            Passamos um fim de semana de papo. Cada um em um canto do país. E como a conversa fluía e me distraia das belezas do local que visitava. Voltei de viagem e foi sua vez de partir. E mais conversas trocadas a distância.

            Mas finalmente chegou o dia. Acabamos nos encontrando no dia dos namorados. O tão famoso dia. O primeiro encontro de fato. E como eu estava nervosa. Já tive tantos primeiros encontros, mas este, em particular, me deixava ansiosa. Como iria ser? O que fazer? Eu simplesmente não sabia.

            Você me pegou em casa. Quase se perdeu pela minha falta de habilidade em dar endereços. Cumprimentamo-nos com um beijo e um abraço. Sem nenhum gelo para ser quebrado. Rápido, natural e gostoso. E mais beijos trocados em todo o caminho.

            Nesse primeiro encontro eu já conheci alguns de seus amigos. Rápido assim. Gostei deles. E até pareceu que eles haviam gostado de mim. Em meio a conversas descobrimos gostos afins.  Eu adoro bike e você também. A sua cerveja favorita é a mesma da minha.

            E como o tempo fluía e evoluía. Nem o percebi passando. Simplesmente me esqueci dele. Da hora e do que estivesse ao redor. E para acelerar todo o processo. Não sei até hoje a sua motivação e nem sei se você se lembra, mas você me pediu em namoro e eu disse sim. Nunca tinha sido pedida tão rápido e nem aceitado na mesma velocidade.

            Eu me lembro de ter pedido a sua sinceridade. Seja ela qual fosse. Apenas que dissesse a verdade. Você com vários “eu te adoro” (frase esta que por motivos que você desconhece me traumatizou, foi como se estivesse revivendo um filme recente.). Fiquei surpresa, no entanto, continuei a te beijar.

            O mais surpreendente veio logo em seguida. Você soltou um “-Eu te amo”. Como assim? Eu me assustei de verdade. Já havia criticado pessoas por falar essa frase rapidamente. E como assim “eu te amo” com alguns minutos de namoro? Era o efeito da cerveja, só podia. Ou você estava me confundindo com outra? Não sabia e acho que nunca saberei. Lembro-me apenas de arregalar os olhos. Não consegui falar. Falar o que? Que também te amava? Se era tudo tão cedo e tão rápido? Apenas o beijei com afeto. Era tudo o que eu podia oferecer naquele momento.

            O tempo transcorreu naturalmente. Vontades cresciam e se multiplicavam. Até que a noite chegava ao fim. A grande questão era pra onde iríamos? Você dirigiu até minha casa. Fato que me causou surpresa e alívio ao mesmo tempo. A cerveja tinha me dado dor de cabeça. Achei que tinha sido melhor dessa forma.

            E mais uma vez em frente ao portão de casa você me pediu para ficarmos juntos, para tentarmos.  E mais uma vez eu disse sim. A verdade é que a noite terminou com um gosto de quero mais. É como se ela ainda não tivesse sido concluída. Fato confirmado por você dias depois.

            Em meio a conversas você soltou que estava gostando mais de mim. E eu prontamente respondi que também estava. Fui sincera. Era o que sentia. Era o que eu queria. O problema é que não teve mais segundo encontro. Apesar de termos marcado. Apesar de a minha vontade de te encontrar ser grande. Mas não se pode forçar nada. Não aconteceu.

            Fui ficando no vácuo sem saber respostas. Apenas conjeturando situações. O que poderia ter acontecido? O que eu poderia ter feito de errado? O que faz uma pessoa agir assim? Não fiz a pergunta. Apenas deixei o tempo ir.

            Só sei apenas que foi o namoro mais curto que já tive. Talvez tenha sido a influência do dia dos namorados regados àquela cerveja gelada. Talvez tenha sido o efeito da lua. Talvez tenha sido amor de feriado. Talvez. Vai saber!

 

 

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