Quem disse que seria fácil - por Uiara Melo

Quem disse que seria fácil?

 

Em momentos de trancos e barrancos, vivemos em um ciclo tenso, cheio de energias menos amores, de muitos “quereres” e nenhum “doares ou fazeres”. A crise é um círculo vicioso, atinge qualquer setor, qualquer área; até porque, ninguém trabalha sozinho; nem mesmo um escritor: ele precisa de um feedback, um ouvinte, um retorno para saber se está conseguindo atingir o que se deseja.

 Entretanto, as informações precisam ser claras, objetivas para que em nenhum momento seja distorcida, ao ponto de propagar aquilo que não deveria. O quão objetivo você é? Eu confesso que às vezes me embolo nas palavras, nos pensamentos por querer ser mais rápida que a velocidade da luz, e com isso, muitos entendem o contrário daquilo que eu queria passar, da mensagem que eu queria transmitir.

Nada na vida é fácil, tudo o que vem fácil demais, vai embora fácil também. Quem realmente faz algo por amor, luta a cada segundo contra a si mesmo, contra os obstáculos da vida, contra as impurezas das palavras, da alma. O quanto é difícil dormir acreditando em algo, e no dia seguinte descobrir que aquilo que você acreditava não faz mais sentido. O quanto é complicado limpar várias vezes um corrimão com tantas digitais, tantas vidas ali registradas.

E por isso que agora quero falar de: O quê é ser autor ou escritor nacional no início de carreira?  Uma profissão como tantas outras, porém precisa de muita leitura, escrita, estudos e prática – isso todo mundo já está cansado de saber. Mas e a alma, o sentimento em suas palavras, não conta? Por que as pessoas buscam obras tão hollywoodianas?

Acredito que muitos dos livros que ficam escondidos em livrarias são esses com a alma do escritor/autor, e que cada vez que um leitor passa por ele, não lhe dando atenção, morre um personagem.

Lembrei agora da lenda das fadas: cada vez que você diz que não acredita em fadas, uma fada morre em um sonho de criança.

Veja como é melindroso esse assunto.

Por vezes, já vi campanhas incentivando a não leitura de um nacional, ou leitores subjugando escritores/autores, sendo os seus capatazes.

Autor refém de um leitor? Claro que não. Onde está a liberdade de expressão? Autor hollywoodiano fica preso ao seu leitor porque ele quer escrever o que pedem e exigem.

Muitos escritores/autores que ficam as margens lutam para sobreviver e está com as suas digitais lá no corrimão citado acima; muitos tentam limpar, mas sempre estaremos lá, renovando a cada dia, aquele instrumento de apoio. Devemos escrever com a alma, e buscarmos leitores que se identifiquem com o nosso modo de escrever. Não podemos ser apavorados, e terminarmos no cemitério dos elefantes. O autor precisa mudar tudo isso, pois, com todo esse “barulho” a literatura não elitiza, está ficando vulgar e sem o devido respeito. Precisa-se sim, escrever com a alma, com a técnica, com coesão e principalmente algo que vá passar uma mensagem, uma reflexão.

Ninguém disse que seria fácil, mas também não podemos desanimar na primeira tormenta. O público é um funil ambulante, muitos irão ficar para trás, alguns estão sendo foco de estrelismos para desviar o que é bom. Com tudo, o bom resistirá a qualquer tormenta, e verá um raio de sol por entre as nuvens.

                                                                                                   Uiara Melo.

Macaé, 02 de abril de 2016

 

 

  

 

 

 

 

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