Tempos Modernos - por Mirian M. de Oliveira

Tempos Modernos - por Mirian M. de Oliveira

TEMPOS MODERNOS ?

 

Seria uma grande mentirosa, se afirmasse que não admiro o imenso avanço da tecnologia e também “ingrata”, se não enumerasse os grandes benefícios de um mundo, permeado por novas possibilidades de comunicação. Já citei, várias vezes, as facilidades do mundo moderno, que muito me auxiliam no trabalho. Apesar dos elogios, também nunca deixei de pontuar as consideráveis armadilhas.

Mas o que são as “armadilhas”, diante de tantas possibilidades?

Sinto que NÃO deveria ter levantado esta questão, pois agora os pontos de interrogação começam a me incomodar...

Vamos lá...

Acho que esta crônica utilizará a “tecnologia” como desculpa, para a abordagem de um assunto mais sério: “Como estamos vivendo os novos valores?”... “O que são valores?”... “Quais são meus valores?”

Aff! Temos problemas...

O dia estava nublado no céu e em meu coração... Encontrava-me no Pronto Atendimento, com um membro da família.

É lógico que meu foco era o ente querido, entretanto, não pude deixar de capturar a cena. Um garoto de, no máximo dezesseis ou dezessete anos, posicionava o celular em frente ao Hospital, procurava o melhor ângulo para a “selfie”, sorrindo...

Hilário! Pensei, primeiramente, no motivo que levara o garoto a fazer a selfie, em frente ao Pronto Atendimento, logo em seguida, pensei que nada tinha a ver com a situação e meu julgamento a respeito do fato, em nada iria alterar a vida dos seres humanos do Planeta. Voltei ao foco inicial e aquietei-me.

O menino continuou com a cena...

“Ah, não! Isso já é provocação para o início de uma crônica!” – pensei, incomodada.

Por que alguém faria uma “selfie”, sorrindo... aparentemente, “feliz da vida”, em frente a um Hospital?

“Talvez, alguém muito querido do garoto tivesse alta e ele estivesse comunicando o fato a alguém!”

Há também a possibilidade do garoto ter apenas emprestado a fachada do Pronto Atendimento, ou a porta de vidro, como cenário, para um contexto, que jamais conhecerei!

Na verdade, não me importei, exatamente, com os motivos do menino; apenas gravei a cena.

Outra situação:

Noutro dia, numa situação bem agradável, quando retornava da praia, encontrava-me apoiando mamãe, segurando as bolsas de praia, carregando algumas bolsas térmicas e chapéus, além de equilibrar uma cadeira de praia (Não me perguntem, como!). Outras pessoas da família também encontravam-se, totalmente, desprovidas de mãos para abrir a porta de vidro do prédio, que exigia o toque do cartãozinho magnético.

Por sorte, (POR SORTE?!), dois jovens moradores do Edifício estavam saindo e “poderiam” abrir a porta do lado de dentro, sem que um de nós precisasse descer todos os apetrechos das mãos e ombros.

ABRIRAM A PORTA?!

Lógico que não! Eles estavam muito ocupados com seus celulares, enviando mensagens, manipulando as caixinhas mágicas...

Como levaríamos um tempo, para descer todos os objetos e acionar o portão, eles teriam tempo de terminar a digitação e colocar o diálogo virtual em dia. Nesse caso, nós os auxiliamos, pois, foi, exatamente, isso que aconteceu.

Estranho, não?!

Há um tempo se alguém sofresse um acidente, ou caísse na rua, a primeira coisa que os mais próximos, movidos pela solidariedade, fariam, seria SOCORRER as vítimas.

Hoje, acredito que muitos preferem filmar, para não perder um vídeo.

De tudo o que já vi, só não presenciei selfie em cemitério, mas já deve ter ocorrido.

Querem saber?! Deixem para lá!

TEMPOS MODERNOS!

É, Chaplin!

ETERNOS TEMPOS MODERNOS?!

 

 

 

 

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