Vagalume - por Ione Kadlec

VAGALUME

 

Não me faço noite.

Assim, não aborreço as estrelas.

A cobrir-me, ao noturno, com o manto da claridade.

Cá, embaixo, bolas de espanto.

Curvo-me!

Admirada, miro o brilho distante

Elas, feitas diamantes, esferas de plasmas, grandes, luminosas e oferecidas

Ficam a lambuzar o céu, tendo a lua como testemunha.

Não percebo esta tal rotação sincronizada da terra

Rodando nua

Lua sempre com a face visível

Anseia por serenata

Moda de viola

Letras que cantam

Bocas arregaçadas

Hoje não se faz tocar.

Cá embaixo, repito, veio apenas os vagalumes.

Estrelas pequeninas explodindo

Apresentando o asfalto quente

Espaços apertados a enforcar as árvores

Repleto de Vagas, cômodo sem mobília.

Madeiras brasas, fogos, altos lumes

A clarear as portas do paraíso

Nos contornos indefinidos de falsos brilhos

 A iluminar versos cestos recheados de maçãs

Que nos braços se apoiam

Apertados entre os seios fartos e generosos

E olhos, feitos vagalumes, piscando aqui e acolá. 

 

 

 

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