DÁ PARA MUDAR PELO VOTO?
* Guilherme Cardoso
Dá para mudar pelo voto?
Não! E digo logo por que. De que adianta você escolher bem o seu candidato, pesquisar o seu passado, ver sua ficha cadastral, pensar que votou bem, se depois de eleito o sujeito passa a fazer tudo aquilo que os outros políticos fazem há tantos anos: corrupção e enriquecimento ilícito.
Propagar por todos os cantos e meios de comunicação que votar faz bem à democracia e que o voto é a arma do cidadão é puro marketing eleitoral e interessa especialmente à classe dominante, que está no poder. Votar bem funciona em países do Primeiro Mundo, onde os valores democráticos são aplicados e respeitados, o povo tem uma educação de qualidade e as leis não ficam somente no papel. Lá, quem rouba ou desvia, vai preso mesmo!
Aqui no Brasil, quando há renovação e o candidato eleito é de boa índole, chega com bons projetos e não quer se corromper, ele é menosprezado, não consegue aprovar nada, vai para o baixo clero, fica sem visibilidade. Para se manter e fazer carreira, ele cede. Entra no jogo sujo.
O que está errado no Brasil é o sistema político. E este ninguém quer mudar. É a forma que os candidatos são eleitos, com votos proporcionais e de legendas, onde o eleitor acaba colocando no poder um candidato que sequer conhece. É a quantidade inaceitável de senadores, deputados federais e estaduais que não legislam em favor do povo. A falta de fidelidade. As trocas de partido. São os altos salários e as vantagens e mordomias para não fazerem nada, 12 dias por mês. É o corporativismo e o foro especial que a classe política tem e que os fazem melhores que todos nós, eleitores e pobres mortais.
Não adianta o esforço da mídia para conscientizar o povo a votar bem, escolher melhor. Vai tudo continuar na mesma. É preciso sim, que se faça um Movimento, uma corrente, se convoque uma mobilização nacional para mudar o Sistema Político Brasileiro. Acabar com o corporativismo e o foro especial que a classe política tem e que os fazem achar que são melhores que todos nós, eleitores e pobres mortais.
Quem sabe um plebiscito ou uma nova Constituinte?
Está na hora de não mais aceitar que políticos ganhem mais de 100 mil reais por mês, assim como vereadores que mal sabem escrever o nome recebam 30, 40 mil mensais. Precisamos refletir e questionar se precisamos mesmo de senadores no país e de tantos deputados para manter o equilíbrio democrático. Para que gastar tanto com vereadores em cidades grandes e pequenas, se o pouco que fazem, líderes comunitários fazem muito mais e sem nada receber?
O que não podemos é continuar impassíveis, apenas indignados e revoltados, lendo, ouvindo e vendo todos os dias na mídia, mais uma CPI, outra denúncia de roubos, desvios e corrupção no Congresso Nacional, nas Assembléias Estaduais e nas Câmaras Municipais. Se não reagirmos, mais escândalos virão e continuaremos como bobos da corte.