Leito
É indiferente quando a diferença
deixa de incomodar
Torna-se extinto o instinto
de sonhar
A vida muda planos inexoráveis
E sombras táteis desfalecem
Junto das folhas cálidas do outono.
Quebra-se o encanto e o pranto
E tudo fica estático
num momento móvel
Surgem incertezas certas, implacáveis
Consumindo-me calmamente, sem pressa
A minha insistente existência adormece.
Junto de uma dúvida fresca
que descansa
Sobre um coração vazio,
jazem melancolias doces
Lá, resiste, também, uma luz frouxa
Resquícios de esperança
de uma alma adormecida.
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