Quem eu sou
Posso ser um homem ou uma mulher
Que anda sem destino pelas ruas da cidade
As pessoas passam por mim
Mais para elas sou invisível
Dormir é um artigo de luxo
Que não posso me presentear
Viver é um milagre
Sonhar há isso não existe para mim
Roupas sujas
Pés descalços
Feridas abertas
Sem esperança
Sem amor
Dependo da caridade das pessoas
Uns me olham com piedade
Outros com desprezo
Vejo as pessoas andando com rapidez
E se queixando da vida
Elas têm casa
Um coberto para se aquecer nos dias frios
Tem comida fresquinha e saborosa
Para se alimentar
Quanto a mim
Eu tenho que comer sobra do lixo revirado
Eu gostaria que a sorte batesse na minha porta
Mais acho que até ela foge de mim
Ninguém quer por perto uma pessoa como eu
Chamam-me de vários nomes
Uns me chamam de vagabundo
Outros de podre coitado
Mais tem aqueles que me chamam
De Mendigo de rua