SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO
Na varanda, a dormitar,
sob este doce sol de inverno
sinto, junto a min, uma frescura de ti, a me soprar
que me faz sonhar…
Ao longe, grilos e ralos no seu trivial entoar,
pirilampos pincelam o esvoaçar,
uma cigarra celebra um alvorear,
distante, a melodia das noites de verão a escutar.
Nesta passagem do tempo, falta-me o rouxinol numa canção de amor a trautear,
tu, a meu lado, em gorjeio acompanhar.
Oh, se junto a mim te haver,
te pudesse acariciar,
tuas blandícias conseguisse ensejar!
Se tuas mãos, afagando-me o rosto sentir,
teus lábios de leve pelas minhas faces perpassar,
os meus a te beijar!
Se pudesse tuas mãos entre as minhas ameigar!
O silêncio seria agora serenidade,
quietude e tranquilidade.
Se faunos nos bosques e fadas na planície houvessem,
seria benigna a hora para que eles saíssem ,
ao luzir quente da noite de verão bailar viessem
bem junto a mim te trouxessem,
do amor meu saudades matassem.
José Lopes da Nave