VI-TE NO VENTO
Da minha janela vi-te no jardim,
olhaste em mim,
os olhares mantiveram-se,
não se ausentaram, sustentaram-se.
Instantaneamente,
principiei a ver-te, frequentemente,
acompanhando-te em minha mente,
na minha solidão e fantasia, sonhar-te,
mãos de carinho, lábios de medronho rubro, a beijar.
Despertaste o amor,
com uma cor celeste, mistério de olhar.
Escreveste-me no vento, gostei de te ler.
E compreender!
Senti a fragrância que remanescia de ti,
perfume aromatizante,
suavizante.
Parados no tempo da ternura, jamais terminado
olhando, suspensos, o infinito
sem dizer palavra, calados…
No tempo inquebrável
e infindável.
Um tempo de amor.
O sorriso acordou em nós,
vendo-nos,
lendo-nos,
contemplando-nos,
sentindo-nos.
Éramos nós.