A Literatura e a Vida - por Marcelo Allgayer

A Literatura e a Vida - por Marcelo Allgayer

Por Marcelo Allgayer

          Tenho conversado com muitos autores literatos, e muitos dizem a mesma coisa: "Na literatura escrevemos sobre a vida que queríamos ter e não temos". Isso até certo ponto me parece uma verdade... Seja qual for o gênero literário que um escritor escolhe para escrever ele "pode" reinventar a sua própria vida através das palavras. Pode, por exemplo, escrever sobre seus sentimentos sonhados numa poesia, contar uma história que gostaria de ter vivido com personagens fictícios. Além disso, tem condições de escrever uma crônica, um passar do tempo, confundindo seu dia a dia com fatos do cotidiano, o que é característica muito comum em alguns cronistas. Além disso, escrever a biografia de alguém, mas sempre deixando passar determinados fatos verídicos que naturalmente escapariam da visão de qualquer escritor.

          Enfatizando meus pensamentos, creio que este "colocar para fora" os sentimentos dos poetas e dos escritores em geral é a arte da escrita em sua concepção mais marcante.

          Por outro lado, apesar de muitos professores de literatura dizerem ser a escrita a mais fria das artes, por não existir o contato direto com o seu público alvo em termos de emoção, quero crer que o escritor que sabe dominar a língua materna, suas estruturas de coesão, coerência e reflexão linguística são pessoas privilegiadas. Assim, a literatura, mesmo não tendo o "bater as palmas" de uma peça teatral, por exemplo, dá ao leitor uma condição de perceber a proposta que o escritor ou o poeta quer transmitir.

          Dito isso, não desmereço a demais formas artísticas espalhadas em atividade pelas pessoas, mas quem escreve, seja em prosa ou em verso tem um prazer inigualável, pois não depende de ninguém, a não ser do seu aprendizado, para construir sua história, sua poesia, seu romance e por aí vai. Além disso, sabemos que vivemos em um mundo em constante evolução, e reinventar o conteúdo de qualquer literatura, seja de forma lúdica, fantástica, real ou fictícia é uma experiência vibrante; é esse "sair-se de si mesmo" que pode dar sentido a vida de muitos indivíduos que dedicam seus momentos à escrita, enfim, os poetas e os escritores exercem um direito inalienável e por que não dizer um deleite de autonomia, cidadania e liberdade de expressão.

 

 

 

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