A oliveira
Imóvel
a oliveira
é testemunha calada
do meu jardim deserto de sol
As alfazemas
perderam o suave aroma
distantes as mãos fiéis que as afagavam
Os pessegueiros
cresceram atrofiados na folhagem
ausente a voz amiga que contava sua história
A madressilva
fugiu em todas as direcções
longe o olhar carinhoso lembrando a sua origem
O meu jardim ficou vazio...
Transborda a saudade das mãos que abraçam
da voz que chama o sol na luz do dia
do olhar que põe estrelas no céu...
No meu jardim
omitido
crescem rebentos na oliveira
roubando-lhe a seiva!