A oliveira - por Luiza do Oh

A oliveira

 

Imóvel

a oliveira

é testemunha calada

do meu jardim deserto de sol

As alfazemas

perderam o suave aroma

distantes as mãos fiéis que as afagavam

Os pessegueiros

cresceram atrofiados na folhagem

ausente a voz amiga que contava sua história

A madressilva

fugiu em todas as direcções

longe o olhar carinhoso lembrando a sua origem

O meu jardim ficou vazio...

Transborda a saudade das mãos que abraçam

da voz que chama o sol na luz do dia

do olhar que põe estrelas no céu...

No meu jardim

omitido

crescem rebentos na oliveira

roubando-lhe a seiva!

 

 

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