A REALIZAÇÃO
Tenho um certo torpor, que me invade, de saber que o que tinha para fazer: o fiz!
Volto a escrever e a meditar sobre o antes, para que no meu durante, acenda-me a luz sobre o depois.
Assim tenho no papel um fiel escudeiro, que me ajuda a tirar do marasmo de ver o triste passar das horas. As soluções, que imaginava para ontem, não sei que dia acontecerá! Esta luta ingrata contra o improvável enche-me a alma de torpor.
Cada passo que caminho é sempre olhando o horizonte, pois se for encarar somente o ato cai no risco de perder o rumo.
Fico atônito com as pessoas que vivem o passado, procurando no que foi a razão do que é procurando um talvez no porvir. E isto se torna tão obscuro, pois o viver não é um ato isolado, mas uma atitude dinâmica perante a vida, na procura de algo maio, Deus!
Talvez seja aí que se consiga a eternidade, pois qualquer outra forma tem-se a alegria transitória de alguns dias, sejam eles presentes ou futuros.
Quero viver o que me resta escrevendo, e conseguir escrever o que me falta dizer, é tantas idéias, tantas frases a serem ditas, e palavras a serem lapidadas, que algumas vezes me pergunto:
Será que está no ser humano, deixar uma obra incompleta, por mais terminada que esteja?