Abuso sexual desenvolvimento psicossocial e papel da familia - por Fabiana Juvêncio

Abuso sexual desenvolvimento psicossocial e papel da familia - por Fabiana Juvêncio

Abuso sexual desenvolvimento psicossocial e papel da família

 

            O abuso sexual consiste na exposição de um indivíduo - no caso o adolescente - a estímulos sexuais impróprios para a sua idade, seu nível de desenvolvimento psicossocial e papel na família. A vítima é forcada fisicamente ou coagida verbalmente a participar da relação sem ter, necessariamente, a capacidade emocional ou cognitiva para consentir ou julgar o que está acontecendo. Além da penetração vaginal ou anal do abusador no adolescente, esse ato pode incluir o toque recíproco nos genitais e o contato oral-genital (MINAYO; SOUZA, 1999).

Em todo o mundo, muito se tem escrito e estudado sobre o tema nos últimos quarenta anos, porém pouco se avançou na prática. Talvez a magnitude do assunto ou a dificuldade que as pessoas têm em controlar o sofrimento O que nos motivou a pesquisar sobre este assunto, foi o aumento exacerbado da violência sexual sobre o adolescente e o quanto esta situação é danosa a vida social, familiar e escolar. E é sobre esta égide que buscamos com esta pesquisa, resgatar o adolescente abusado sexualmente ao meio social.

    Segundo Aberastury (1992) a adolescência é um fenômeno muito importante na vida do ser humano, é uma etapa decisiva de um processo de desprendimento que se iniciou no nascimento.

            As modificações psicológicas que se produzem no período da adolescência e que são a correlação de mudanças corporais levam os adolescentes a uma nova relação com os pais e o mundo (ABERASTURY, 1992).

            A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta, sendo caracterizada pelos impulsos do desenvolvimento físico, mental, emocional, sexual e social e pelos esforços do indivíduo em alcançar os objetivos relacionados as expectativas culturais da sociedade em que vive segundo o mesmo autor.

A violência é toda e qualquer forma de opressão, de maus tratos, de agressão; tanto no plano físico como emocional, que contribuem para o sofrimento de uma pessoa. Quando manifestada no período da adolescência pode acarretar dificuldades no desenvolvimento físico e psíquico (AZEVEDO; GUERRA, 1988, COHEN, 1993, SAFFIOTI, 1977).

            Pesquisas apontam que, quando se trata de abuso sexual ocorrido no espaço doméstico e familiar, há uma maior predominância do homem como agressor e da mulher como vítima (AZEVEDO; GUERRA, 1988, COHEN, 1993, SAFFIOTI, 1977).

            Segundo os mesmos autores, o abuso sexual é um fenômeno complexo e difícil de enfrentar por parte de todos os envolvidos. Seja para a criança, para o adolescente, para os profissionais que muitas vezes não sabem como agir diante do problema. A revelação do abuso sexual produz uma crise imediata nas famílias e na rede de profissionais. A complexidade dos processos envolvidos exige uma abordagem multidisciplinar.

            Neste sentido, segundo Azevedo e Guerra (1998), a partir dos anos 90, a prática do psicólogo se diversificou e ampliou o seu campo de ação junto ao sistema judiciário, ressaltando ainda, que ele atuando com outros profissionais em uma equipe multiprofissional, facilita no auxílio da resolução dos conflitos que fazem com que a família recorra ao poder judiciário, nos casos do abuso sexual.

            Diante do que foi exposto este estudo bibliográfico tem com objetivo geral identificar as conseqüências biopsicossociais do abuso sexual na vida do adolescente. E como objetivos específicos identificar os tipos do abuso sexual; verificar a ocorrência do abuso sexual no contexto familiar e identificar o perfil dos agressores.

 

 

 

 

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