Em versos, literatura que salva e liberta
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Adriana Silva Santiago nasceu em Carangola-MG, zona da mata mineira, em 17 de março de 1969. Nasceu sonhadora, como autêntica pisciana. Acompanhando a família – o pai trabalhava em banco e sempre era transferido – morou em seis cidades do interior do estado: Carangola, Ipanema, Teófilo Otoni, Bambuí, Patrocínio, Divinópolis. Aos 16 anos chega à capital, Belo Horizonte, onde foi cursar Jornalismo (UNI-BH/1992) e, mais tarde, História (PUC-MINAS). Essa vida de muitas mudanças fez com que Adriana desenvolvesse enorme capacidade de se comunicar, fazer novos amigos, se adaptar a todo ambiente.
Em Belo Horizonte se formou, trabalhou em jornais e revistas, inclusive no Jornal Estado de Minas. Paralelamente, lecionou e trabalhou em biblioteca de escola pública municipal, como professora concursada.
Há dez anos mora em Três Pontas, sul de Minas Gerais, cuida de seu pequeno sítio de plantação de café, e escreve poesias e crônicas. Participou de várias antologias poéticas, inclusive em Portugal pela editora Hórus. Lançou em 2017 seu primeiro livro de poesias e crônicas: “Mar Revolto”; e agora, em 2019, lança “Flores e Borboletas em meio século de poesia”, em celebração dos seus 50 anos de vida.
Por toda sua trajetória, por todas as cidades que passou e com todas atividades que desenvolveu, Adriana Santiago, desde criança, gostava de escrever e seu maior sonho era publicar suas poesias e histórias, sonho que agora vem se concretizando.
Boa leitura!
Escritora Adriana Silva Santiago, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor – especial Mulherio das Letras. Conte-nos o que a motivou a ter gosto pela arte de escrever poesias?
Adriana Santiago - Desde criança meu pai gostava de me contar histórias. Principalmente na hora de dormir. Acredito que esse nosso hábito, entre pai e filha, tenha me despertado o gosto pela leitura e escrita. Na verdade era uma troca, ele me contava histórias e eu as completava e, outras vezes as inventava também. Foi um bom exercício. Cresci inventando histórias e ouvindo poesia. Meu pai adorava poesia. Tão logo aprendi a escrever, coloquei as histórias e poesias que criava no papel.
O que mais a encanta na arte poética?
Adriana Santiago - O trabalho com as palavras. A busca incessante pela precisão de cada palavra aplicada em seu devido lugar e, mesmo assim, e ainda bem que assim o seja, essa colocação ter um significado ou muitos, de acordo com a subjetividade do leitor. Escrever poesia é mexer na casinha, no subconsciente das pessoas, despertando emoções diversas, provocando sensações. A arte tem poder transformador. Isso me encanta.
Em que momento se sentiu preparada para publicar seu primeiro livro solo “Mar Revolto” – Poesias e Crônicas?
Adriana Santiago - Sempre estive preparada. Ou melhor, sempre quis muito, sonhei muito em publicar meus poemas. Desde criança, acredite! Em 2017 encontrei a oportunidade. Talvez nem fosse o momento ideal tendo em vista a turbulência pela qual passava. Tinha acabado de perder meu marido. Ficar viúva é muito doloroso. Uma dor inexplicável. Assim saiu Mar Revolto, o que o próprio nome indica, um turbilhão de sentimentos vividos naquele momento foi para o papel. Deu certo. É um livro intenso.
Apresente-nos esta obra
Adriana Santiago - Sobre Mar Revolto já falei o bastante. Quero agora focar no meu novo livro: “Flores e Borboletas em meio século de poesia”, que lanço este ano. O lançamento em São Paulo será dia 10 de agosto. “Flores e Borboletas” é uma comemoração aos meus 50 anos de vida, uma celebração, um agradecimento. Ao mesmo tempo é um resgate, um olhar ao passado a fim de fechar um ciclo e inaugurar outro, seguir em frente. Minha vida foi e é muito intensa. Sentimentos fortes, rica experiência existencial. Quis celebrar tamanha riqueza e intensidade dos 50 anos bem vividos, entre alegrias e dores, publicando este livro. Para mim é uma jóia, pérola que resgato do meu íntimo e desnudo em versos.
Como foi a escolha do título para “Flores e Borboletas em meio século de poesia”?
Adriana Santiago - Um poema, na página 62, define bem o título. Basicamente está ligado à beleza e transformações. É preciso ler. Além deste poema, destaco “O Canto das Avós”, belíssimo; “Lamas Gerais no Brumado”, um grito de desabafo e alerta; “1969”, homenageando o ano em que nasci; dentre tantos outros poemas que ficaram lindos! Amo todos. Como filhos. O livro ficou muito belo.
Apresente-nos um dos textos publicados nesta obra literária.
Amor Infinito
Amor é sopro
Curva
Vento no rosto
Estrada a percorrer sonhos.
Amor é Música
Sentimento que não se cerca
Só cabe
Dentro de porta aberta.
Amor é Luz
Sombra, corpo
Seguro porto
Onde dorme a dor.
Amor é tudo
Isso e muito mais
Grande tão, forte intenso
Lindo, livre, imenso.
Voa
Traz, saudade se faz
Materializa-se
Abraço teu.
Sabemos que cada texto, tem um pouco da história de cada autora. Comente sobre o momento de criação deste texto.
Adriana Santiago - Momento de paixão. Paixão física, corpo, sede de abraço, atração incontrolável, química da pele. Paixão que caminha ao lado do amor, admiração, querer bem infinito. Isso é lindo! O amor, é, sem dúvida, o motor que nos move, que nos faz sair do chão, que nos arranca do comodismo ou acomodação. Gosto de coisas intensas, fortes. Gosto de botar gasolina e atear fogo.
Onde podemos comprar seus livros?
Adriana Santiago - Meus livros podem ser encontrados na Livraria Asabeça (www.asabeca.com.br); Amazon, Martins Fontes. Ou diretamente comigo. Meu facebook: Adriana Silva Santiago; facebook literário: Viverde Poesia; meu e-mail: asilvasantiago@yahoo.com.br.
Quais os seus principais objetivos como escritora?
Adriana Santiago - Meu objetivo é escrever. Com fama ou sem fama, com sucesso ou sem sucesso, continuarei escrevendo sempre. Amo escrever. Para mim é como respirar. Além disso, escrever passou a ser minha atividade principal. Eu me reinventei na escrita. A literatura me salvou. E escrever é libertador.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Adriana Silva Santiago. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor – especial Mulherio das Letras. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Adriana Santiago - Espero que leiam e gostem de meus livros. Que tenham certeza de que são escritos com a alma. E que busco encontrar as palavras e encaixá-las da maneira que melhor descrevam ou apresentem os sentimentos: amor, paixão, saudade, dor, gratidão. Faço essa “pescaria” de palavras com todo o cuidado, em processo minuciosamente estudado, na tentativa de passar, com maior precisão possível, a percepção poética que me habita a pele.
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