por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Aimée significa amada em francês. Fora isso, de francesa não tem nada. Formada em Design de Moda, sem ser fashion e estudante Roteiro para Cinema há quase um ano, quer viver de escrever. Apreciadora de café e reprises, adepta ao movimento Rio-Niteroi-São Gonçalo de locomoção, resolveu escrever as histórias que passam na sua cabeça antes de esquecê-las. Em maio deste ano lançou seu primeiro livro “Pela Janela Indiscreta” pela editora Com-Arte, um romance cômico sobre stalkers e desencontros.
“O livro fala também sobre a relação das pessoas com a cidade, as inúmeras opções, as cobranças, os muitos caminhos que às vezes você tem de percorrer pra chegar num lugar que deveria ser de fácil acesso, tanto na vida quanto no trânsito das cidades grandes.”
Boa Leitura!
SMC - Escritora Aimee Oliveira, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento você pensou em escrever o seu livro “Pela Janela Indiscreta”?
Aimee Oliveira - Tudo começou de um jeito que eu não estava esperando como geralmente costuma acontecer. No meio da noite eu estava deitada na cama só por deitar; e aí me veio a ideia, do nada e quase pronta com título e tudo. Eu moro num prédio onde as janelas são bem próximas umas das outras e eu consigo entreouvir a vida dos outros moradores, não que eu fique vigiando, mas e se eu ficasse? E se eu pudesse ver? E se não fosse eu, se fosse um homem? Assim eu fui construindo o enredo principal de Pela Janela Indiscreta (também conhecido como PJI), queria contar de forma engraçada os desencontros amorosos na cidade grande.
SMC - O que veio primeiro o enredo ou o Titulo? Conte-nos a relação entre o titulo e o enredo.
Aimee Oliveira - O enredo veio do título e vice-versa. Eu sempre tive uma coisa por janelas, imagino que porque quando era pequena me falavam que elas eram os olhos para o mundo. Eu ficava intrigada por ser um mundo que você pode ver, mas não consegue interagir. E o livro fala disso, dos detalhes que você pode observar da vida dos outros através de uma janela. Coisas que você jamais saberia se conhecesse a pessoa por outros meios. E o revés disso, que é não conhecer de fato a pessoa, no meio social, por assim dizer. O que é uma pena, caso você goste da pessoa. Como é o caso de Frederick; que vigia Louise diariamente e vê até seus momentos mais vergonhosos, e não acha vergonhoso, acha engraçado. Mas nem sequer sabe o nome dela.
SMC - Em quem você se inspirou para criação do personagem principal do livro “Frederick”?
Aimee Oliveira - Não há dúvidas de que minha principal inspiração foram meus irmãos e seus amigos. Pelo menos eles não têm dúvidas a respeito! Eles formavam um grupo muito bem humorado que se reuniam quase todo dia aqui em casa pra ficar falando bobagem, ouvindo música, essas coisas. E eu com 19 anos, altamente impressionável, era meio que o único exemplar feminino do grupo e fui abduzida por esse universo de testosterona que me rodeava, mesmo que sem perceber. Acabava que eu tinha mais contato com homens do que com mulheres e me sentia mais à vontade para me aventurar a escrever “Pela Janela Indiscreta” sob esse olhar masculino.
SMC - Conte-nos um pouco sobre “Pela Janela Indiscreta”, qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através da leitura do livro.
Aimee Oliveira - PJI é um romance cômico que fala sobre duas pessoas que querem se encontrar, mas que atrapalhadamente se desencontram. Frederick e Louise têm vinte e poucos anos; estão sempre perto e longe, presos em seus mundos que nem sempre são reais. O livro fala também sobre a relação das pessoas com a cidade, as inúmeras opções, as cobranças, os muitos caminhos que às vezes você tem de percorrer pra chegar num lugar que deveria ser de fácil acesso, tanto na vida quanto no trânsito das cidades grandes.
SMC - Escritora Aimee, você escreve em outros gêneros literários?
Aimee Oliveira - Minha praia sempre foi o romance, tanto pra ler quanto pra escrever, mas dentro do gênero eu gosto de me aventurar em vários subgêneros. Por exemplo, PJI é mais próximo do chick-lit, porém, as primeiras histórias que eu escrevi eram o romance mais clássico, o mais romântico de fato.
Em obras menores, como contos, eu gosto de fazer coisas mais desconexas. Em termos de trama e até de escrita mesmo. Até hoje eu não descobri em que gênero eles se encaixariam, mas com certeza existe um. Qualquer dia desses eu encontro!
SMC - Como foi sua experiência, ao participar da maior feira literária que temos no Brasil, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo?
Aimee Oliveira - Nem quando eu estava no meio da feira dava pra acreditar! Desde muito pequena eu adoro a Bienal, de ficar contando os dias pra começar a feira e fazer a lista dos livros que eu quero comprar, mas eu nunca tinha ido à de São Paulo. E muito menos como autora! Como eu fiquei contente quando consegui essa oportunidade de participar no stand da Garcia Edizioni! Foi maravilhoso ver leitores se interessando pelo meu livro da mesma forma que eu me interessei por tantos livros ao longo das minhas idas às feiras. Alguns leitores eu já conhecia, outros foi um prazer conhecer. Poder divulgar o “Pela Janela Indiscreta” numa feira dessa magnitude foi um privilégio, além de a realização de um sonho. Além disso, outras partes do Brasil puderam conhecer meu trabalho.
SMC - Onde podemos comprar o seu livro?
Aimee Oliveira - O “Pela Janela Indiscreta” pode ser encontrado na loja virtual da Garcia Edizioni, o Cantinho do Leitor (https://www.cantinhodoleitor.com.br/pela-janela-indiscreta.html), no site e nas lojas da Livraria da Travessa (https://www.travessa.com.br/pela-janela-indiscreta/artigo/d4693317-e231-495f-be1a-25dd8aa8bb83) e também na própria página do livro (https://www.facebook.com/pelajanelaindiscreta).
SMC - Quais os seus principais objetivos como escritora?
Aimee Oliveira - Continuar escrevendo, acho que é meu principal objetivo! Até o final desse ano eu tenho alguns projetos em andamento que eu torço para que no ano que vem possam se concretizar em alegrias pra minha carreira de escritora. E nesses projetos se inclui a revisão de “Pela Janela Indiscreta” para uma segunda edição, já que a primeira tiragem está quase no fim. Também existem dois novos romances, um pronto, em fase de revisão; e outro em desenvolvimento. Além disso, um livro de contos em conjunto com as escritoras Clara Savelli, autora de “Mocassins e All Stars” e Thati Machado de “Ponte de Cristal” que tem data prevista de lançamento para dezembro desse ano. Sei que parece ambicioso! Mas é tudo feito com muito carinho e cuidado, além de todos os dedos cruzados pra dar sorte!
SMC - Como você se vê no mercado literário brasileiro?
Aimee Oliveira - Como uma jovem de vinte e poucos anos que escreve para jovens de vinte e poucos anos, uma faixa etária que eu, pessoalmente, sentia ser pouco explorada no mercado atual. Por isso, eu juntei um pouco da minha vontade de escrever com um pouquinho da minha necessidade de ver os anseios e confusões característicos dessa idade representados no papel e fiz o “Pela Janela Indiscreta”. E como um livro só não acalmou as minhas questões, eu escrevi mais outro! Que também fala dessa faixa etária e mostra os dilemas sobre o que você quer ser da vida, que é um tema pelo qual quase todo mundo passa e que espero que se identifique. Não vejo a hora deste livro poder conhecer o mundo e o mundo conhecê-lo!
SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Aimee Oliveira, que mensagem você deixa para nossos leitores?
Aimee Oliveira - Gostaria de agradecer imensamente tanto pelo convite de vocês quanto aos leitores que cederam um pouquinho do seu tempo para me conhecer. Adorei responder essas perguntas e espero que as respostas tenham agradado. Espero que todos tenham gostado! Eu, com certeza, gostei! Até a próxima!
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