Ana Cristina Aguiar - Entrevistada

Ana Cristina Aguiar - Entrevistada

por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Nascida em Fortaleza, no Ceará, licenciada em História, a autora, Cristina Aguiar, escreve desde criança. Suas primeiras tentativas consistiam em tentar recriar diálogos de filmes que gostava. Depois, passou a criar histórias próprias tentando dar continuidade a esses filmes. Aos dezessete anos já se aventurava a fazer esboços na procura de uma história ideal. Acumulou vários cadernos com fragmentos de textos que nunca foram para frente. Viajantes foi o primeiro livro que conseguiu terminar, mas acabou encostando-o na gaveta, apesar da opinião favorável daqueles que o leram. Aconteceu o mesmo com A Tenda Peregrina, um romance juvenil sobre um grupo de jovens arqueólogos que parte em busca de um artefato bíblico. Quanto ao livro A Profecia de Hedhen, foi um sonho realizado. Ele é a soma de várias experiências que deram certo e o início de uma saga cujo terceiro volume já está sendo escrito. O segundo volume, As Árvores Sagradas de Nod já foi lançado em e-book e o livro físico sairá este ano. A autora participa atualmente de eventos literários organizados por grupos de escritores e blogueiros de Fortaleza, o Sábado Literário é um deles, assim como de campanhas a nível nacional como o Mochila Literária, o Eu Leio Brasil e a Semana do Livro Nacional.

“Que o nosso país, aquela parcela que gosta de ler, não fique receosa de adquirir livros nacionais, achando que a qualidade é inferior. Existem muitos livros bons sendo lançados, e eu falo isso com conhecimento de causa, pois trabalho também como revisora. Se o nosso país começar a nos valorizar, o caminho começará a ser menos árduo. Compre e apoie a literatura nacional. Um beijo para todos.”

 

Boa Leitura!

 

SMC - Escritora Ana Cristina Aguiar é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que a motivou a ter gosto pela escrita?

Ana Cristina - O gosto pela leitura me acompanha desde pequena. Cresci lendo gibis e depois, então, passei para livros. Adorava ler autores de aventura como Julio Verne e praticamente devorava todos os livros da Coleção Vagalume que caía em minhas mãos. Desse fascínio pela leitura, pular para para a escrita não foi difícil. Eu gostava de inventar histórias que completassem filmes que eu havia gostado, criava enredos alternativos para eles, até que comecei a criar minhas próprias histórias, com personagens criados por mim. Passei a aprimorar minha escrita nas redações que fazia para o colégio e isso acabou virando um hobby. Escrever é algo sublime que me causa um imenso prazer.

 

SMC - Em que momento você começou a escrever o seu livro ”A Profecia de Hedhen”?

Ana Cristina - Durante a faculdade de História, eu iniciei por conta própria uma pesquisa tendo por base o matriarcado, ou o que se entendia sobre o assunto. O papel da mulher na história, na religião e na literatura me motivaram a começar uma história onde eu pudesse tratar a mulher em todos os seus aspectos, não apenas o emocional e sensível, como geralmente é retratada, mas o seu lado guerreiro, lógico e instintivo. Para trabalhar isso, resolvi me aventurar no mundo da fantasia e acabei por me identificar com esse gênero. Eu já havia escrito dois livros antes da Profecia, e nenhum dos dois fazem parte do fantástico (pretendo publicá-los em breve).

 

SMC  - Como foi a construção do enredo e dos personagens desta obra?

Ana Cristina - Fui muito influenciada pelos livros de Tolkien e pela Bíblia no seu aspecto histórico e fantástico, cheio de eventos sobrenaturais. Essa união não foi sem sentido, já que o próprio Tolkien foi influenciado pela Bíblia. Eu queria falar de dois opostos: luz e trevas. E queria criar personagens que caracterizassem esses dois lados. A honra, a lealdade, a coragem e a fé em uns; a ganância, a inveja, a ambição e a opressão em outros. A visão é maniqueísta com ênfase na mulher, que é retratada como guerreira, rainha, sacerdotisa, e luta lado a lado com os homens, assumindo um papel maior do que ser a mocinha indefesa que precisa ser protegida pelo herói.

 

SMC - Soube que estas escrevendo um novo livro, podes nos falar um pouco sobre ele?

Ana Cristina - Estou empenhada em terminar a saga de quatro livros. O livro 2, As Árvores Sagradas de Nod será lançado por esses dias, e o terceiro livro já está nos capítulos finais. Posso dizer que o segundo livro vai trazer os elementos principais que vão dar prosseguimento à série, partindo da introdução dada pela Profecia de Hedhen. Novas questões são abordadas, novas revelações e novos personagens. Há mais cenas detalhadas de batalha, mais magia e aventura que o primeiro. A Profecia de Hedhen abriu o leque para um mundo com muitas possibilidades, e eu pude trabalhar mais os personagens que se destacaram no primeiro livro, além de me aprofundar na história antiga daquele mundo fantástico.

 

SMC - A quem você indica a leitura de suas obras?

Ana Cristina - Existe um público específico para quem gosta de fantasia que pode estar na faixa etária de 14 a 70 anos. As mulheres amam a história, os homens estranham um pouco, alguns querem algo mais detalhado, mas no geral o aceitam. Eu costumo palestrar em feiras de cultura pop, onde sei que vou encontrar pessoas que curtem rpg e histórias de fantasia. É muito importante que o autor consiga definir o seu público, mas a verdade é que isso não é uma regra, não pode ser uma regra. A fantasia é para qualquer um que goste de abrir as páginas de um livro e se teletransportar para um mundo novo, cheio de aventuras e possibilidades.

 

SMC - Você escreve em outros gêneros literários?

Ana Cristina - Como citei anteriormente, escrevi dois livros que não fazem parte desse gênero. Um deles é um romance sobre um homem e uma mulher que viajam sem rumo pelas estradas do país e acabam se encontrando e decidindo seguir juntos, ambos fugindo de um passado traumático. A estrada vai trazer situações inusitadas, aventura e suspense. O outro livro é uma aventura estilo Indiana Jones, com um grupo de jovens arqueólogos na çaça de um artefato sagrado e místico. Acho que foi esse livro que me ajudou a aprimorar as cenas de aventura que vou criando em meus livros. Gosto de ação e de fazer com que as coisas aconteçam. Gosto de romances, mas não penso que os relacionamentos devem vir à frente do enredo de uma história. Eles devem fazer parte, mas não tomar o foco.

 

SMC - Onde podemos comprar os seus livros?

Ana Cristina - Virtualmente, nos sites da MODO Editora, Livraria Cultura, Saraiva, Siciliano e o e-book está à venda na Amazon, inclusive o segundo livro já está disponível, também em e-book. Em livrarias físicas, ele está na Saraiva de Fortaleza e também pode ser adquirido diretamente comigo.

 

SMC - Fale-nos sobre o sábado literário, quem desejar como deve fazer para participar?

Ana Cristina - O Sábado Literário é uma maravilhosa iniciativa da Neyara Furtado em parceria com o Shopping Benfica, aqui em Fortaleza, para reunir a cada terceiro sábado do mês, os autores, blogueiros, leitores e interessados, em eventos literários cuja meta é discutir temas atuais que fazem parte da nossa realidade, como métodos de publicação, criação de personagens, mercado editorial, oficinas de criação literária, e por aí vai. Tem sido um sucesso e o público tem comparecido bastante, o que é raro em eventos desse tipo, infelizmente. Como é um evento local, para participar, basta estar na cidade e se comunicar conosco. Tem um grupo no facebook com o nome Sábado Literário – Benfica.

 

SMC - De que forma você divulga o seu trabalho?

Ana Cristina - A maneira mais comum é através das redes sociais, com os book-trailers, o blog (https://terradehedhen.blogspot.com/), e principalmente através de participações em eventos literários e palestras. Costumo participar e também iniciar book tours dos meus livros, pois as resenhas são sempre necessárias para se divulgar um livro.

 

SMC - Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?

Ana Cristina - Mais abertura para o que é nacional, em primeiro lugar. Existe uma grande quantidade de títulos estrangeiros nas prateleiras e uma tão grande quantidade de títulos nacionais brigando por um lugar. Quer comparar? Já li péssimos livros estrangeiros e maravilhosos livros nacionais, então, acho que isso é algo que deve mudar e as livrarias precisam dar o primeiro passo, abrindo as portas e dando mais espaço para o que é nosso. Em segundo lugar, uma divulgação maior da mídia, mostrando que existe um mercado literário nacional em expansão, pois o que se vê é o destaque dado apenas a certos autores que alcançam um volume maior de vendas.

 

SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Ana Cristina Aguiar, que mensagem você deixa para nossos leitores?

Ana Cristina - Eu é que agradeço a oportunidade e para finalizar, apenas uma palavrinha. Que o nosso país, aquela parcela que gosta de ler, não fique receosa de adquirir livros nacionais, achando que a qualidade é inferior. Existem muitos livros bons sendo lançados, e eu falo isso com conhecimento de causa, pois trabalho também como revisora. Se o nosso país começar a nos valorizar, o caminho começará a ser menos árduo. Compre e apoie a literatura nacional. Um beijo para todos.

 

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