AUSÊNCIA
Levada pelos caminhos e descaminhos da vivência
Muitas vezes me permiti buscar razões da existência
Deixei ao léu meus amados e gerei apenas, carência
O que eles mais precisavam era da minha presença
Levada pelos caminhos e descaminhos do destino
Corri, lutei me estraçalhei, girei como um bailarino
Na hora da verbalização, fere o vocábulo assassino
Desconcertando emudece, cala, num silenciar felino
Levada pelos caminhos e descaminhos do absurdo
Quando presença e ausência se fundem, num segundo
Mesmo experiente me perdi nos desencantos do mundo
Aprendi que se ausentar é sapiência, respirar profundo
Levada pelos caminhos e descaminhos da tempestade
De uma ausência desinteressada, o benefício da saudade
Quando se some para estar sempre ao lado, sem vaidade
Na fria distância que se faz presença, esquecer é crueldade
Levada pelos caminhos e descaminhos do jogo do amar
Lembrei o pacto implícito e o rompi, porque me fez lembrar
Que não existe ausência quando você está em meu cantar
E sua presença me elevará até o cair da chuva silenciar
Página da colunista
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