CALOR DE UMA PAIXÃO
Fiz-me aurora boreal, dancei ao som Erudito,
Em aquarela divina pintei desejos secretos,
Telas de sonhos floridos num fundo forte e bonito,
Retratei meus devaneios e desenhei meus projetos.
Depois mergulhei no dia e senti o sol ardente,
A queimar minhas verdades, cruciais e tão severas,
Não senti vento no rosto, só o sufoco inclemente,
O sol queimou a esperança e despiu-me de quimeras.
A noite chegou suave toda vestida de lua,
Entregou-me a doce luz que me cobriu de esplendor,
Silenciou todo o universo, varreu as pedras da rua,
E Apolo tocou a lira enaltecendo o amor.
Os mares dançaram valsas regozijando eufonias,
Sereias cantaram tristes buscando compreensão,
Fantasmas do meu passado passaram em romarias,
E finalmente fui vento e arejei meu coração.
Um coração machucado que voltou a ser feliz,
Pois encontrou seu cajado nas ondas de uma emoção,
E ter você ao meu lado juro-te que sempre quis,
Para transformar o sol em calor de uma paixão.