Celina de Holanda - por Eduardo Garcia

Celina de Holanda Cavalcanti de Albuquerque, ou simplesmente Cecé como gostava de ser chamada, nasceu no município do Cabo de Santo Agostinho em 19 de junho de 1915 e morreu no Recife em 04 de julho de 1999. Jornalista e poeta, passou a residir e a atuar no Recife onde publicou seus primeiros poemas nos cadernos de cultura do Jornal do Commercio e Diario de Pernambuco.Publicou vários livros: o primeiro livro, O Espelho da Rosa, em 1970, quando tinha 55 anos de idade; A Mão extrema (1976); Sobre Esta Cidade de Rios (1979); Roda D'água (1981); As Viagens (1984); Pantorra, o engenho (1990) e Viagens Gerais de 1985, coletânea dos livros anteriores e mais os inéditos: A Fogo e Faca e Tarefas de Ninguém. (os editores)


MERIDIANO
Vivemos a grande noite.
Cada amor em seu amor
se oculta.
Quem nos roubou a ternura
escondida? O corpo claro
e diurno?
Como os animais e as crianças
um dia a vida será só vida.
A PEDRA
Nesta mesa
o povo está sentado.
Não divaga.
Tudo o de que necessita
é perto e urgente.
Frio e direto, toma
a pedra que sou e quebra.
Vai construir o mundo.

Fonte:  https://www.interpoetica.com/site/index.php?option=com_content&view=article&id=291&catid=50

As Viagens
Viajo nos livros que faço,
mas sempre torno,
para escrevê-los
onde a vida
é uma menina pobre chorando
entre as moitas.
Trago-a de volta
ao seu colo, sua casa,
até que venha e me leve
o meu amado.

Retorno
Este chão é pausa.
Dêem-me a infância
para que eu retorne
reencontre meu chão,
seu verde, seus marcos,
seu barro plasmável.

Quero saber de novo
de terreiros limpos
com vassouras verdes

do tempo correndo
branco como um rio,
carregando as roupas
qual nuvens mais alvas.

Massapê das margens,
sapatos de lama,
toalhas de vento
e o regresso limpo,
lento como a tarde.        
      

Sobre Celina de Holanda:
"Não sei de muitas vozes poéticas femininas que se equiparem à sua, pela limpidez do sentimento reflexivo e pela discrição da palavra."
Carlos Drummond de Andrade            
        
LUIS MANUEL SIQUEIRA - 21 de junho de 2005
        
        Em algum dia do ano de 1979, eu reuni uns poemas e levei junto com meus 19 anos de idade para o endereço das Edições Pirata: Rua Betania, 10/102. Lá, toquei a campainha, e uma senhora sorridente me fêz entrar na sua casa, pôs a mesa, o café e leu meus versos. Conhecer Celina de Holanda foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida. Refaço sempre, no meu coração, o caminho de volta ao endereço mágico do Derby. Ele é um dos pontos cardeais da bússola dos meus afetos.

            
A CELINA DE HOLANDA
 ( Minha Cecê)
Héctor Pellizzi
Dezembro de 1983

Um pássaro
deixou um poema.

És tu o coração do pássaro
ou era o pássaro
um poema em tuas mãos?     
        
https://www.plataforma.paraapoesia.nom.br/plink2celina.htm#

Nesta Coluna se faz desnecessário depois destes depoimentos qualquer comentário.
Obs. Recomendo o Livro “A Cidade dos Rios” da sua autoria.

Pesquisa Luis Eduardo Garcia Aguiar

 

publicado em 16/04/2014
    
 

 

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