É PRECISO ACREDITAR
É preciso acreditar
Que se nasce de um grito lançado ao vento
Onde uma mãe rasga o seu ventre
No afago doce do seu alento
E no regaço quer sentir o seu rebento
É preciso acreditar
Que o sol ainda nasce na serra
Rasgado no âmago de cada treva
No alumio vivo dessa utopia
Onde morre a noite e ressuscita o dia
É preciso acreditar
Que lua ainda dança no céu
Abafa o feitiço no seu véu
Namora com sol sem ninguém ver
Absorve a vida nesse belo prazer
É preciso acreditar
Que as nuvens sabem chorar
As lágrimas do seu penar
Lançadas ao sal desta terra
No renascer de outra primavera
É preciso acreditar
Que o amor sem restrição
É a pauta de uma canção
Onde se respira o aroma da vida
E se bebe o fel de cada ferida
É preciso acreditar
Que a vida é uma passagem
No barco desta miragem
Com passaporte para navegar
Para um outro novo lugar
Publicado em 15/05/2014