Ela na janela - por Ione Kadlec

Ela, na janela

 

Parece que foi ontem...

Acordava devagarinho, pelas 6h, todas as manhãs.

Dia útil.

Lá embaixo, no horizonte, os olhos avistavam o sol nascente.

Horizonte aberto, amplo, reto em que o céu parece tocar

terra,  o mar ou alma .

Vestido errado/certo

A mente a cruzar a fronteira realidade/fantasia.

Pela janela, via o ônibus passar.

Um grande retângulo a se mover.

Barulho do freio cedendo, rua asfaltada.

Realidade exposta nos tons de rosa e laranja pastel.

A manhã já começava a enrugar.

Pombas, aqui e acolá, a arrulhar sem medo.

Raios de sol

Esforçavam-se para adentrar em meio aos prédios.

Passarinhos a cantar.

Quaresmeiras cheias

Cheiro do doce

Tabuleiro

Tachos quentes

Amendoim Pralinés

Vaivém – “tanta gente”

E ela estática na janela

No meio da casa

No meio da rua

No meio do mundo.

No meio do nada

 

Foto: A menina Sentada, de Cândido Portinari.

 

 

 

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