Esvaziei-me - por Daniela Gebelucha

ESVAZIEI-ME!

 

E o tempo passava! Tudo ia acontecendo e as pessoas não se davam conta que envelheciam, que cada momento decorrido não voltaria, mas mesmo assim continuavam a fazer as mesmas coisas, continuavam a pensar do mesma maneira.  Não conseguia entender a tragédia humana que se aproximava, era muito para minha cabeça e coração.

Ao meu redor pessoas reclamando do lixo nas ruas, do trafego, das relações afetivas, do trabalho, dos sonhos não realizados, dos amigos distantes, das coisas inacabadas, das paixões mal sucedidas, das palavras ditas ou não, dos olhares rancorosos, da falta de amor e tantas outras questões.

Eu permanecia num espaço do tempo, e ao meu redor via que a tristeza permanecia no olhar daquelas pessoas e suas ações continuavam se repetindo. Não conseguia entender porque elas reclamavam tanto, mas não mudavam sua forma de pensar e viver. É muito fácil reclamar dos erros dos outros, da falta de carinho, dos amores, das dores quando não refletimos as atitudes que partem de nós mesmos. Quem sabe se pensássemos um pouco no ser humano, como vida, como pessoa e não como coisa, e a partir daí, configurar nossas ações e reações diante desses fenômenos que ferem corações e sentimentos.

Percebia que os sentimentos que afligiam o coração das pessoas me angustiavam. Eu era só um ser humano diante de tantos, esvaziei meu coração de si, abri-o para as relações que ali via e sentia, escoei-me do que pensava ser importante para dar lugar ao ser humano que estava ali na minha frente implorando por carinho e atenção.

 Agradeci! Foi o instante que senti minha humanidade de fortaleza e fragilidade, e que a diferença estava no modo em que cada situação é vista e emanada. Olhei para o ser humano com os olhos do coração, o tempo continuou passando, as pessoas continuaram envelhecendo e eu mudei a forma de viver a vida, com mais amor e alegria.  Isso foi fundamental para minha vida e para as pessoas que me rodeiam!

A dor do esvaziamento foi necessária para entender o quando somos apegados a nós mesmos, ao nosso ego, as nossas imposições e moralidades. Então entendi que o que de fato, é o amor!

 

Publicado em 20/05/2014

 

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