Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Quem eu sou?
Nada comparado com o vento
Uma entre tantas
Partículas do tempo
Que urge em partir
Caminhante de águas frias
Sonhador compulsivo
Poesia escrita por um desconhecido
Que empresta sua alma
Ao mundo deserto
Que não teme o incerto
Poeta que nunca se acalma
Pena molhada
Em um tinteiro
De emoções
Alma sentada
Mas nunca parada
Que eu sou?
Um entre tantos
Muitos entre poucos
Um tudo de nada
Onde o sonho
Nunca acaba
Na poesia
Essa a que verdadeiramente
Me ama
E se estende sobre mim
Como um manto reluzente
E cada caminhada
Aquela que me abraça
Até ao eu mais íntimo
Que me despe
De qualquer defesa
Que me ergue
Em tanta tristeza
Que me alimenta
Dia após dia
De esperança
Que é possível a mudança
Viajar para todo o lugar
Onde minha alma queira estar
Me permitindo abraçar
Tudo que a humanidade pode dar
Boa Leitura!
SMC – Escritor/poeta, Filipe Assunção, é um prazer contar com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a ter o gosto pela escrita?
Filipe Assunção - A lágrima distinta a tal porta cai
Como uma campainha que inunda
Nossa porta por abrir e o sonho se torna real dentro do proprio sonho!
SMC - Em que momento você se sente mais inspirado a escrever?
Filipe Assunção - Escrevo em muitos momentos, mas principalmente nos que passo a citar:
Quando a alma os vidros quebrar
Quando o coração só quiser sangrar
E a vida se tornar um fio no olhar
Quando já não temos o abraço por dar
Como um jardim acabado de semear
Que as nuvens não querem brotar
Quando a lagrima se torna um altar
E a dor nos consome a cada luar
SMC - Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?
Filipe Assunção - Todos que querem quebrar regras!
Sempre estou acordado
Quando me tentas adormecer
E isso mata a saudade
Se a verdade já foi proibida
Então quebrarei todas as regras
A mensagem consiste em rever tudo o que somos!
Nesta arca de Noé
Que se abram os olhos
Antes da porta se fechar
Ou não haverá altar
Para contemplar
Quem com palavras
Quis fazer acreditar
Que ao homem
É possível, alguma coisa dominar
SMC - Filipe quando você esta triste, irritado, feliz... Ao escrever uma poesia, um texto, como se sente depois da escrita?
Filipe Assunção - Esse teu lugar
Que me transforma em nada
Que me deixa vazio
De tanto cheio
E sem saber explicar
Me sinto a viver
SMC - Que dificuldades você encontra para a publicação de livros? O que você acredita que deve ser feito para amenizar estas dificuldades?
Filipe Assunção - Agora que me tornei viril, e relinchei como os cavalos cuspindo cada ser, recuso cada palavra! Essa tua mente puritana afinal fumo é igual. Em cada janela sua cortina, em cada escada seu degrau, sendo eu humano procurando a imperfeição relincho em cada acontecimento, frio ou gélido nunca serei morno em areias de deserto, escondo a mão afinal sou argucioso de uma sociedade decadente! Que me sejam dados os meus devidos coices e estrumo que apenas erguerei meus cornos ao mundo!!
SMC - Quais seus próximos projetos literários? Pensas em publicar um livro?
Filipe Assunção - Sim! Mas de uma forma livre!
Posso conter como quem chega de passagem
Não me desculpes se assim te fiz chorar
Não tenho esta primeira na mão em última abordagem
Despe-me e deixa-me constipar e que me entre essa aragem
SMC - Quem é o escritor Filipe Assunção?
Filipe Assunção - Não quero uma correcção inventada por um filósofo
Quero uma cadeira quebrada, para com ela poder cair
Uma linhagem distinta
Enquanto caminhas surge a pergunta
Quem chegou foste tu, ou mais uma razão?
Até que por acaso arguta esta falange
E no ar! Tem este mundo solução?
SMC - Em sua opinião o que é ser Poeta?
Filipe Assunção - Ser poeta não é ser mais alto, mas sim andar descalço e sem vergonha ser menor!
O poeta
O poeta está preso em dois Mundos
Ora chora ora sorri
Soltando seus gritos mudos
Que por vezes ninguém sabe entender
E aplaude sem saber
O que dói um poema escrever
SMC - Em sua opinião o que é liberdade?
Filipe Assunção - Homem despojado do seu próprio território
Impotente diante do Omnipotente
Neste sistema alectório
Rolam cabeças do presente
Enquanto os galos cantam
O sol se esconde
Dos que se encantam
Nesta moralidade agnome
SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Filipe Assunção, que mensagem você deixa para nossos leitores?
Filipe Assunção - Pede uma Alma retornada
Pede uma Palavra ancorada
Pede uma nova vida
E se nada resultar
Pede um novo amor
Mas só se for para amar.
Participe do projeto Divulga Escritor