Inspiração
Se houver algum poeta que me diga
Que tenho de escrever todos os dias
Respondo que não sou como a formiga
Que passa a vida em longas correrias.
Eu sou como a cigarra. Quando canto
Eu canto porque sinto algum prazer,
Resguardo-me sozinho no meu canto
E canto aquilo que me apetecer
E deixo que a raiz do pensamento
Se expresse no silencio e num momento,
Me venha e diga o que há para dizer,
E quando essa vontade a sinto solta
Com mais serenidade ou em revolta
Me lanço como um louco a escrever
José Sepúlveda