Jp Santsil - Entrevistado

Jp Santsil  - Entrevistado

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Meu nome é João Paulo, porém sou conhecido pelos meus amigos e familiares como Jp. Nasci em Salvador, Bahia, onde morei também na Ilha de Itaparica. Sou professor de Capoeira Angola e ecoalfabetizador e permacultor, onde tenho um programa de educação ambiental e cultural com trabalhos locais e internacionais. Atualmente, moro em Israel, onde constituí uma linda família. Aqui, trabalho com construção e manutenção de ambientes aquáticos ecológicos, agrofloresta e agricultura orgânica policultural. Também sou músico percussionista e amo escrever. Sou também estudante e praticante de Alquimia Operativa, Kabbalah, Gnosticismo, Sabedoria Essênica e de Cultos Africanos e Nativos Brasileiros.

 

“Veracidade reunida a fantasia, isso é teoria histórica; retratando que toda história que nos é relatada nas escolas e universidades e nos demais grupos de estudos sobre Palmares não passa de teoria e imaginação dos poucos historiadores que escreveram sobre o caso.”

 

Boa Leitura!

 

Escritor Jp Santsil, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que despertou inicialmente o seu gosto pela história do Quilombo dos Palmares?

Jp Santsil - Eu, praticamente, cresci ouvindo histórias e escutando músicas a respeito do Quilombo e Zumbi dos Palmares. Nasci em Salvador, capital da Bahia, o verdadeiro centro da cultura afro-brasileira. A capital baiana é a cidade com maior número de descendentes de africanos no mundo, seguida por Nova York, majoritariamente de origem iorubá e congolesa, vindos da Nigéria, Togo, Benim e Gana, Congo e Angola. Depois da ditadura militar (1985), os blocos afros como Ilê Aiyê (1974), o Malê Debalê (1979), Olodum (1979), Muzenza (1981), Cortejo Afro (1998) e o Bankoma (2000) se reergueram na capital baiana, onde as suas maiores inspirações para as letras dos seus enredos foi Palmares e seus heróis. Isso contribuiu muito para minha inspiração desse meu primeiro livro.

 

Apresente-nos “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo”

Jp Santsil - Essa obra nos conta a história de um ancião Griot chamado Djeli, um descendente dos antigos povos Mandês, os Mandinkas que se transforma no tutor espiritual e moral do jovem príncipe de Palmares N’zambi, depois que ele regressa a N’gola N’janga, o K’ilombo. Djeli torna-se o guardião do Sagrado e Eterno Contínuo, pacto feito pelos seus antepassados, os primeiros africanos. Djeli vê em N’zambi o cumprimento de uma antiga profecia, pela qual de tempos em tempos, no fim e no início de uma nova era, quando a humanidade está em pleno caos, surge um guerreiro libertador que é o Filho daquela que mais brilha. E assim se desenrola uma incrível saga nas terras do Novo Mundo. Mas a obra vai muito mais além do que se possa imaginar... Há mistérios!

 

Quais os principais desafios para a escrita de seu romance histórico “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo”?

Jp Santsil - Os desafios foram muitos. Desde a construção de um ambiente geográfico, até o desenrolar de toda essa história de que não se tem muitos relatos históricos. Só para se ter uma ideia, ao quebra-cabeça histórico do Quilombo dos Palmares falta 80% de suas peças, das quais 15% são relatos dos bandeirantes, sertanistas e alguns governantes, e o restante, 5%, são alguns “fatos históricos” dentro desses soberbos relatos que os colonos autovangloriavam nas suas invasões sobre Palmares e seus líderes. Então, temos 80% de muito engodo e fantasia sobre o Quilombo e seus personagens. Aí é que entra a minha criatividade ao recriar todo um ambiente e mundo, coligando outros personagens históricos, continentes e reinos da época.

 

Quanto tempo demorou para ser escrito o enredo que compõe o livro?

Jp Santsil - Sete anos de pesquisa, três de escrita e mais um de papeladas e burocracias. Daí nasceu meu livro. As pesquisas não só foram sobre o Quilombo dos Palmares praticamente, até porque não há muito a se pesquisar sobre o tema. Mas estudei geografia e modos de vida dos africanos e colonos europeus, guerras coloniais e medievais e suas estratégias, armas e guerrilhas, economia colonial e governança; além da história de outros reinos europeus que colonizaram o Brasil, como os holandeses e espanhóis. E a história de povos que também se refugiaram no Brasil com a colonização, como os judeus fugindo da Inquisição da Igreja Católica na Europa, formando assim, um panorama intercontinental da história colonial no Novo Mundo.

 

Quais os principais personagens que compõem a trama?

Jp Santsil – Djeli, um personagem fictício; N’zambi, o Zumbi dos Palmares; Dandara (Maria Paim); Akualtune; Akotirene; N’ganga N’zumba; N’ganga N’zona; Fernão Carrilho; Domingos Jorge Velho; Calabar; Branca Diaz; e Antonio Soares, entre muitos outros personagens subjacentes.

 

O que mais o encanta nesta obra literária?

Jp Santsil - Eu poderia dizer que são as muitas histórias e ensinamentos do ancião Griot Djeli, os momentos introspectivos de N’zambi, a história vivida na recriação de um conto e a tentativa de contar a verdade por mais que faça doer ou revoltar. Pois nesse romance histórico, há verdades que tanto os “de esquerda” como os “de direita” se surpreenderão. Aqui, não tive a intenção de agradar “negros” ou “brancos”, mas de penetrar o inconsciente dessa história, e como simples escrivão registrar essa visão. Me tornei nulo, apenas deixando que os personagens se manifestassem como “eles” queriam se manifestar. Sinto que o livro se escreveu sozinho, fui apenas o cavalo que a história montou. Assim completei o meu dharma de limpar essa triste história.

 

Soube, ao ler sua apresentação, que a real história do Quilombo dos Palmares é diferente da que conhecemos hoje nas salas de aula. A real história, hoje desconhecida por muitos, poderá ser encontrada, pelo menos em parte, em seu livro “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo”. Explique-nos um pouco melhor estas controvérsias; confesso que estou curiosa em conhecer a verdadeira história.

Jp Santsil - Reuni todos os fatos históricos, junto a uma bela ficção imaginativa, interligando os muitos personagens históricos da época. Veracidade reunida a fantasia, isso é teoria histórica; retratando que toda história que nos é relatada nas escolas e universidades e nos demais grupos de estudos sobre Palmares não passa de teoria e imaginação dos poucos historiadores que escreveram sobre o caso. Na História não se sabe ao certo quem foi Zumbi, ou Ganga Zumba, ou se esses personagens foram os mesmos. Até porque naquela época Palmares já era uma incógnita, e as poucas informações vieram de alguns bandeirantes e sertanistas que ousaram invadir o Quilombo. Tudo relatado por meio de poucas cartas “um tanto fantasiosas”, para contar os seus feitos e bravuras de guerra. A história real é realmente irreal, engodo e fantasia.

 

Onde podemos comprar o seu livro?

Jp Santsil - Devido ao fato de essa história ser ainda inconveniente para a moderna sociedade brasileira, tive resistências de algumas grandes editoras em publicá-la. Então, para não deixar que essa linda obra ficasse na gaveta por mais tempo, resolvi lançá-la independentemente de editora. Vocês encontrarão essa obra em 5 x 8 (12,7 x 20,32 cm) capa mole brilhante, e, em A5 6 x 9 (15,24 x 22,86 cm) em capa dura ou mole – fosca ou brilhante, além de formatos digitais (EPUB, MOBI, AZW e PDF) eBook, aqui: https://www.jpsantsil.com/ no meu website pessoal. Também lá estará o BookTrailer que conta um pouco da minha trajetória de escrita desde os desertos israelenses até a conclusão, no Rio de Janeiro.

 

Quais os seus principais objetivos como escritor?

Jp Santsil - Despois da escrita de: “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA”, pretendo definitivamente seguir uma carreira de escritor. Não sei bem ao certo em que ramo, já que meu primeiro livro foi um romance histórico. Mas sei que desejo me focar em temas fortes e que toquem a consciência e espiritualidade do ser humano; que toquem mais ainda o seu coração. Pois acredito no poder e na magia da literatura como um fator educativo na formação e transformação cultural da condição humana, rompendo as muitas cápsulas da ignorância nas quais fomos aprisionados e arraigados com o tempo; por uma sociedade de valores competitivos de raça, classe e status. Sei que muito mais obras de grande valor e beleza hão de vir por aí em minha trajetória de autor.

 

Quem desejar conhecer melhor os seus estudos e pesquisas como poderá convidá-lo para palestras em eventos, palestras em salas de aula?

Jp Santsil - Além de escritor, sou professor de Capoeira Angola, e com a capoeira fui viver dois anos em Quito, no Ecuador. Lá, realizei muitos trabalhos e projetos com jovens (https://capoeira-angola-ecuador.blogspot.co.il). Sou também ecoalfabetizador e permacultor.  Tenho um programa de educação ambiental e cultural com trabalhos locais e internacionais

 (https://www.quilombomoderno.org).

Atualmente, moro em Israel, no Oriente Médio. Porém, estou constantemente regressando ao Brasil.  Quem desejar me contatar, pode me encontrar nesse link que está aí, ou pelo e-mail: quilombomoderno@gmail.com. Estarei sempre disposto a responder qualquer questão.

 

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Jp Santsil. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Jp Santsil - Esta obra é fruto de uma vasta pesquisa histórica e sapiência de vida, a qual contém segredos e mistérios tanto acadêmicos, quanto espirituais, base de meus estudos culturais, como um mestiço latino-americano brasileiro e cidadão do mundo. E dos meus estudos espirituais, como ser humano em plena expansão de consciência, nos muitos ensinamentos das culturas africanas, nativo-americanas e do Mediterrâneo asiático e africano. A obra contém não só os muitos ensinamentos dos judeus cabalísticos e essênios, cristãos gnósticos, europeus alquímicos, ameríndios (andinos, amazonenses e costeiros), mas também as culturas africanas ancestrais dos Yorubas e Mandinkas. E, é claro, toda a cultura dos conhecimentos quilombolas dos afro-brasileiros. Assim, desejo a todos paz!

 

 

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