Maria de Fátima Soares

Maria de Fátima Soares

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) 

Escritora Maria de Fátima Soares, mora em Lisboa, escreve desde adolescência, quando criança fazia vários projetos que professores de português elogiavam. Ganhou um concurso de poesia para pais e alunos no gênero de poesia. No decorrer do tempo recebeu uma  menção honrosa, em concurso de poesia Alencriativos e um primeiro lugar num passatempo também levado a efeito por eles. Está sempre escrevendo em seus blogs com muito gosto e empenho. A escritora gosta de fazer parcerias com outros escritores e tem várias participações de poesia em colectâneas e também em blogues além das suas próprias obras de romance, poesia, infantil e infanto-juvenil.

Em entrevista ao projeto Divulga Escritor, a escritora fala um pouco sobre sua carreira Literária, seus projetos e seus livros.

“Dá-se crédito e cobertura aos nomes sonantes, e por vezes não merecedores. Há muito, por exemplo: Quem escreva hoje em Portugal e nem saiba escrever, mas peça a alguém que o faça, tendo grandes tiragens. Basta ser uma figura pública, ou ter contactos.”

Boa Leitura!

 

SMC - Escritora Maria de Fátima Soares, para nós é um prazer contar com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que a motivou a ter o gosto pela escrita? Em que momento você se sente mais inspirada a escrever?

Maria de Fátima - Olá, Shirley, o prazer é meu. Bem, direi que o gosto por escrever nasceu muito cedo. Na escola, evidenciava um enorme gosto pela escrita e muita imaginação. Alguns trabalhos meus, composições e um “livro/projecto,” foram expostos por  professores, o que me incentivava. Foi responsável por esse desenvolver de vontade. Ao longo da vida fui reparando, que a caneta e o papel viajavam comigo. Tudo servia para traduzir sentimentos. Na adoloescência como sabe, temos necessidade de extravasar e poder fazê-lo em silêncio, dizendo muito era bom. Ainda hoje constitui uma boa terapia, a par do hobbie. Não tenho momento definido para escrever. Até de noite acordo. Rascunho-o se algo me parece importante, válido. Normalmente nas horas mortas é quando gosto mais de o fazer.

 

SMC - Hoje você tem um grande número de livros publicados em diferentes segmentos: romances, infanto-juvenil, fantástico/ficção, poesias. Como foi surgindo estes diferentes gostos literários e o que a influenciou a ter esta diversificação de temas publicados?

Maria de Fátima - Sinceramente, gosto mais de escrever ficção. A poesia no entanto, é inata em mim. Lembro-me de escrever poemas, sempre. Já o gosto pela história infanto-juvenil nasceu, aquando o nascimento das minhas filhas. Ambas têm um livro de histórias, que escrevi para cada uma, quando nasceram. Daí fui adorando fazê-lo. Adoro crianças e jovens. Eu própria ainda me custa capacitar da idade que tenho. Gosto muito de privar com jovens, conhecer as suas ideias, problemas. Ouvi-los, tentar compreender os seus sonhos, incentivá-los. Dar-lhes noção que avida é bonita, só com fazes menos doces, mas cabe-nos transformá-la em algo digno de ser uma boa história também. A nossa! O Romance… É porque sou romântica incurável. Mas tenho à vontade em tudo.

 

SMC - Escritora Maria de Fátima, qual o livro que demorou mais tempo para ser escrito e publicado? Conte-nos um pouco sobre ele.

Maria de Fátima - Na realidade, dois! Estão escritos, revistos. Um já foi proposto a uma editora e aceite, mas na altura tive um problema de saúde. Deixei-o para trás. Ironicamente devido ao problema tido, fiquei muito tempo fechada em casa. Imobilizada e escrevi muito. O outro, é ainda o quarto volume duma trilogia já publicada, que foi sendo adiado. Um dia hei-de publicá-lo, reintegrando a trama anterior resumida para recordar, e fazendo-o livro único, mas encadeando tudo. Na verdade, escrever como escrevo e o fiz nessa altura, produziu mais dois livros publicados, outros dois, que também estão a aguardar. Curiosamente vou dando lugar a coisas novas, poesias, colectâneas, mas não os esqueço. Estão prontos! É só voltar a apostar neles. Os temas agradam-me ainda, portanto. Todos são romances.

 

SMC - Qual o livro que demorou menos tempo para ser escrito e publicado? O que a motivou a escrever de forma mais intensa que os demais livros escritos? Que temas você aborda neste livro?

Maria de Fátima - Os dois publicados, que foquei atrás. Ao contrário dos que ficaram pelo caminho e escrevi, na mesma época. Escrevi estes num correr de pena. Num gozo imenso. O desafio foi posto pelas minhas filhas, de que não seria capaz. É ficção, pura! Versa o tema já “exausto” dos vampiros. São livros grandes, muitas páginas. Muito diferentes na linguagem e linha, do que costumo levar adiante. Como digo, adorei. Tenho-os todos (aos meus livros) como filhos. Gosto de todos! De Ascensão e Queda, Conflito e Retaliação, Pena Suspensa, anteriores. Outros menos é lógico, mas estes, são um gênero de filho “preferido.” Uma história que poderia acontecer, se existissem, a qualquer de nós. Uma grande luta do personagem masculino até aceitar (por amor) algo que vai contra todas as suas convicções, até ficar em paz.

 

SMC - De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?

Maria de Fátima - Normalmente nas sessões de apresentação. Nas livrarias em que a estiveram à venda, a pedido poderão ser adquiridos, também. Na Wook alguns. Outros pessoalmente, com autógrafo ou junto das próprias editoras. Mas não faço grande divulgação do trabalho, fora os períodos mais importantes em que acontece mesmo a publicação. Acho que é um dos grandes males do nosso país, quando o autor não é conhecido. Não lhe é dada tanta cobertura, como alguém de vulto. Não sei se no Brasil também acontece, mas em Portugal é muito mau esse apoio.

Tenho três blogs um de prosa e assuntos generalistas https://convence-me.blogs.sapo.pt e um de poesia https://verniznegro.blogs.sapo.pt e o dos meus livros onde tenho sinopses e comentários https://omeueudepapel.blogs.sapo.pt

 

SMC - Onde podemos comprar os seus livros?

Maria de Fátima - Basicamente como expliquei. Por meu intermédio e junto da editora. Ou nas livrarias que os representam. Nomedamente a Bertrand, a Barata. Editorial Minerva. Editora Papiro. Mas pedidos a mim, também já tenho feito chegar muitos, ao destino, inclusive ao Brasil. Podem ser adquiridos também na Bubok.

 

SMC - Quais seus próximos projetos literários? Pretendes publicar um novo livro?

Maria de Fátima - Sim! Tenho agendado um (vamos ver se dá) para apresentar antes do Natal, mas no próprio mês de Dezembro. Outro de poesia, de que falta acertar detalhes. E ainda uma produção “própria,” com caracter humanitário, que quero levar adiante se tiver tempo. Pelo meio estão alguns concursos de poesia a que pretendo concorrer, uns por convite, outros que por norma que vão acontecendo. E muito mais se calhar. Estou também a participar numa outra colectânea de contos e poesia de Natal. Parar de escrever, para mim, não é uma hipótese. Terá de haver um motivo muito forte para desistir, ou esmorecer.

 

SMC - Quem é a escritora Maria de Fátima Soares? Quais seus principais hobbies?

Maria de Fátima - É uma pessoa muito simples, mas de caracter muito vincado. Independente. Alguém que se incomoda com o que se passa no mundo. Desigualdades de classes. Tenho opinião e expresso-a, ainda que possa não ser conveniente. Sou uma pessoa dócil, possa não parecer. Disponível, para ajudar quem quer mostrar o seu dom. Tiro prazer não só das minhas pequenas conquistas, mas das dos outros e mostro-o. Porém, não gosto de pessoas que não me olham nos olhos. Não escutam quando falamos. É  uma forma de estar minha. Os meus hobbies? Ler. Escrever, obviamente. Música, não vivo sem ela. Dança. Desenho. Trabalhos manuais. Cinema. Filatelia. Passear junto ao mar. Fonte inesgotável de inspiração e paz. Um complemento o mar. Muito importante especialmente no Inverno. Alguma, muito pouca, televisão.

 

SMC - Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?

Maria de Fátima - Como já frisei: A comunicação social e mesmo a comunicação entre editoras e o mercado nacional, ou exterior, é muito deficiente. Dá-se crédito e cobertura aos nomes sonantes, e por vezes não merecedores. Há muito, por exemplo: Quem escreva hoje em Portugal e nem saiba escrever, mas peça a alguém que o faça, tendo grandes tiragens. Basta ser uma figura pública, ou ter contactos. Publicar também é difícil. Caro! Como são os livros para se adquirirem, e os acho de preço inflaccionado. Há muita gente nova com muito boas hipóteses. A escrever muito bem, que devia ser aproveitada. Não, é! Os mais velhos também não são vistos com o carinho e respeito devido. Mesmo os grandes autores consagrados! É a minha opinião. E uma pena muito grande.

 

SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Maria de Fátima Soares, que mensagem você deixa para nossos leitores?

Maria de Fátima - Uma que penso muito importante. Leiam. Muito. Não deixem de o fazer. Ler é viajar. Ter uma outra vida, ser quem quisermos. “Falar” com pessoas que já desapareceram há séculos e ainda estão a fazer-nos interagir, hoje, com elas e o tempo em que fizeram as suas histórias. Mais importante que ler! Escrevam. Se gostam, nunca desistam por mais entraves que vos ponham. Tentem aprender com as criticas más. Não as levar a mal. São elas que nos fazem crescer. Sejam tenazes, mas humildes. Um dia? Os vossos sonhos, realizam-se. Depois de tudo isto… Só o meu bem haja a todos. A si também, Shirley pelo seu trabalho importantíssimo e por esta entrevista. Tudo de bom!

 

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