Meu Outono transatlântico - por Luiza do Oh

Meu Outono transatlântico

“The heart, like the mind, has a memory.
And in it are kept the most precious keepsakes.”
“O coração tem memória, como a mente.
E é aí que guarda as suas lembranças mais preciosas”
Henry Wadsworth Longfellow

Quando chega esta altura do ano inexplicavelmente há memórias que me saltam e criam uma certa nostalgia no olhar... Bem... inexplicavelmente, não! Explicavelmente! Porque foi nesta altura que tiveram origem!

Uma rápida despedida de Verão em New Hampshire...
...o prazer de saltitar, entre risadas, sobre as pedras que se elevavam acima dos pequenos rápidos do riacho que corria entre cores, sons e relevos até chegar ao Atlântico, do outro lado da minha nostalgia...
... a imponência do rochedo de Echo Lake que alguns escalavam. Mas à nossa distância, o encanto era a conversa com a natureza quando ela nos replicava as nossas palavras, num som adocicado que nos seduzia a manter o diálogo...
...mas o melhor mesmo, era o caleidoscópio do Outono!

As cores começavam a surgir em meados de Setembro e era de cortar a respiração ver aquele roteiro a esbanjar paisagens inspiradoras numa explosão de cores nos mais diferentes matizes de amarelo, laranja e vermelho.
Num prelúdio da dormência invernia, num suspiro das folhas prestes a deixar de existir, o Criador desenhou e coloriu as florestas com uma elegância e cor inigualáveis.

De Boston a New York, de regresso ao nosso Outono mediterrânico, de folhas verde-acastanhadas, os nossos olhos e os nossos sentidos absorviam o espectáculo singular das florestas afogueadas.

E os Outonos passaram a despertar uma tristeza e uma nostalgia enquanto a nossa brilhante folhagem estival se transformava rapidamente em tapete castanho. Procurava aquecer o olhar na forma das folhas, à procura de uma beleza que era trémula... Algumas com forma de coração, às vezes, a boiar na albufeira, suscitavam um sorriso de prazer... tímido!...

Desejava tanto colorir o Outono com os tons mais contentes da minha paleta de cores... Hoje, de aquém-Atlântico, a saudade virou lembrança; lembrança que desperta, não tristeza, mas um sorriso no meu rosto!

É que agora eu tenho o “meu” Outono!
O Outono do meu jardim não tem a elegância das florestas, mas tem o fogo que aquece o olhar e delicia o coração.
O “meu” Outono é fugaz; é simples; ... mas é precioso!
É que o “meu” Outono tem um dom - tem de pontas de fogo que me incendeiam as emoções, me despertam os sabores e me aquecem o sonho!...

 

 

Conheça outros parceiros da rede de divulgação "Divulga Escritor"!

 

           

 

 

Serviços Divulga Escritor:

Divulgar Livros:

 

Editoras parceiras Divulga Escritor