O Amor em um ato - por Adriana Freitas

O AMOR EM UM ATO

 

O cenário é parecido. Sempre é um quarto, iluminação branda ou quase nenhuma. Quando se tem luz. Quando não é preciso usar os outros sentidos para enxergar. Não se encontra o outro com dificuldade. Pois já se sabe aonde ele vai estar.

Uma cama, que pode ser de casal ou de solteiro. Não importa o tamanho. Ela sempre comporta aconchegadamente os corpos que nela se deitam. Nem reparo nos móveis ao redor. Eles de fato não são importantes.

A companhia é sempre a mesma. Uma única para acompanhar o desenrolar do tempo. Não há necessidade de mais ninguém. O ritual é sempre o mesmo. Um beijo e um abraço. Não há sentido se fosse de outra forma.

            Carinhos trocados. As palavras não se fazem necessárias. Nem bom dia ou boa noite. Elas quase não são usadas. Não precisamos delas. Já se sabe o que o outro deseja. Já se sabe qual será o próximo passo.

            Não existe pressa. O tempo lá fora não importa. Pode anoitecer e amanhecer. Pode chover ou fazer sol. O frio e o calor não são importantes. A temperatura será sempre a mesma. Uma só. Dois corpos que viram um. Não precisa dizer mais nada.

            As batidas do coração aceleram. A pele se arrepia. O corpo inteiro estremece. E é sempre aquele aroma que preenche o ambiente. O suor que escorre, os sorrisos que invadem e tomam todo o espaço, levando embora até o ar. A respiração entrecortada vai se acalmando aos poucos.

            Os corpos vão desacelerando aos poucos. As palavras continuam em suspenso. Os corpos levam tempo para voltar ao normal. Levam tempo para se separarem. Como já foi dito, não existe pressa. Lá fora o mundo continua a girar. E o que se ouve e faz é apenas um suspiro. – Ah! Como é bom amar!

 

 

 

 

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