O SAPATINHO DE CRISTAL - Tito Mellão Laraya

 

         Era uma vez, num belo reino bem distinto, uma beldade, porque não dizer de bela idade, veste já ter passado da idade, idade de que, para que, por quê? Não sei! Se for uma questão de fealdade ou de bondade, ou apenas de idade, vejamos o que vai acontecer.

         Bem, se tinha idade para sofrer tanto, não sei! Se já era de idade, segundo alguns, ora alguns! O que são? Bom se é ou se não são, só sei que a moça chamava-se Cinderela, brincava desde a mais tenra idade com os pés no chão. Sonhava e como sonhava, em ir a um baile, estes quaisquer de roça mesmo, e dançar e apenas dançar com seu sapatinho de cristal.

         Veio então uma fada madrinha, sabe como elas são! De vez em quando é fácil pedir a uma bruxa do que a elas, a uma bruxa basta pedir ao contrário, que elas de raiva fazem o avesso, ah! Já uma fada, que sabe o que queres do jeito e da forma, negocia ponto por ponto de seu pedido, sempre arrumando um jeito, um pretexto, um contexto, sabe lá que texto para não cumprir. Já que a forma, o jeito até a reforma do pedido tem validade, até pela idade, e quê idade!

         Bom ela pediu um sapato novo para ir ao baile, visto que não queria mais dançar descalça, afinal tem alguns que pisam no pé, outros dão chutão, alguns beliscão, mas isso não é problema do sapato. Depois de muito explicar o pedido, ela conseguiu um par, e que par, dos de cristal, belos, transparentes, coloridos, reluzentes, enfim um par que não tinha par.

         No dia do baile, com estes foi e dançou, e como o fez só que no meio da valsa, entre um Fox trot e um samba, entre uma pisadela e uma escorregadela, quebraram um dos pés daquilo que lhe cobria os pés, o sapato!

         Este se espedaçou no chão, e nos cacos pisou, e seu pé, seu lindo pezinho sangrou, na sola um corte profundo brotou.

         Ela meio que mancando, meio que manquitolando, saiu do salão, com um pé calçado e outro ferido, com um corte de dar dó.

         Então a fada madrinha vendo a triste situação da moça deu-lhe um tênis, destes que se tira e põe com facilidade, e ela contente ficou, pois nunca mais sapato de salto alto usou, agora anda jeca, sempre brega, e nos pés um tênis carrega.

 

 

 

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