O SEGREDO DE UM OLHAR
Nunca leste o fio extenso das palavras
Que se ditam no silêncio do meu olhar
Pronunciadas no norte da minha sorte
Abafadas no respiro da minha liberdade
Onde tudo começa e assim termina
Numa reta curta e sem destino
Em passos mortos que ainda ressuscitam
E se exoneram de si e da própria vida
São silêncios presos e salpicados
Num eco vivo de vozes mudas
Lançado sobre o sal de um mar distante
Onde só os búzios sabem ouvir e guardar
O filtro do segredo deste meu olhar
Tudo passou e o vento também levou
A folha leve da reta do meu pensamento
E este meu olhar que não soubeste decifrar
Fixei-o num ponto livre por desvendar
Esperando um passaporte para embarcar
Página de nossa colunista Lurdes Maravilha
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