Os Diamantes Azuis - Vol. I - Planeta Luz - A Primeira Missão - continuação - por Juvenil Tomas

Os Diamantes Azuis - Vol. I - Planeta Luz - A Primeira Missão - continuação - por Juvenil Tomas

Trecho do livro

OS DIAMANTES AZUIS – VOLUME I – PLANETA LUZ

A PRIMEIRA MISSÃO - Continuação

    

     Um homem descia o pequeno rio montado sobre um tronco de árvore, chegava a certa altura descia dele e subia o rio arrastando o tronco com grande dificuldade, depois subia no tronco e descia novamente até a mesma altura que descera antes e voltava a subir arrastando o tronco. Vezes sem conta descia o rio, vezes sem conta o subia novamente, por dias a fio, anos talvez.

     Outro cavava um grande buraco e em seguida cavava um segundo enchendo o primeiro com a terra deste. Parecia estar neste ofício há bastante tempo, visto a quantidade de sinais que já deixara atrás de si. Outro ainda, carregava um punhado de madeira de um lado para outro, onde era temporariamente depositado, para logo a seguir ganhar terceiro destino, tão impermanente quanto os anteriores. Todos trabalhavam, mas de uma forma estranha, aparentemente sem objetivos, sem organização nenhuma.

     Enquanto observava, os dois soldados se aproximaram novamente e ordenaram rispidamente: — Vá trabalhar.

     Por mais que insistisse em perguntar o que deveria fazer, nada respondiam e se tornavam agressivos ameaçando-o.

     Então apanhou um machado que estava disponível, aproximou-se de um homem que cortava um tronco e perguntou: — Posso te ajudar?

     O homem respondeu: — Se quiser pode cortar aí — Indicando onde Tobias deveria trabalhar. Tobias começou a cortar o tronco e os dois guardas se afastaram. Então tentou conversar com o homem:

     — Que lugar é este?

     — Não sei.

     — O que vocês estão fazendo?

     — Também não sei, só mandaram trabalhar, não explicaram nada, se alguém fica parado ameaçam castigar, se está fazendo alguma coisa, seja lá o que for, nos deixam em paz.

     — Há quanto tempo está aqui?

     — Bastante tempo.

     Tobias observou o comportamento dos guardas e dos trabalhadores. Se alguém ficava parado era ameaçado e instigado a trabalhar, porém não se dava nenhuma orientação nem exigência quanto ao trabalho, podia-se fazer qualquer coisa, desde que estivesse em atividade.

    Ao fim do dia acenderam uma pequena fogueira ao centro do local onde estavam e adormeceram ali mesmo.

     Tobias tentou conversar com alguns que demoraram um pouco mais a dormir, mas não obteve nenhuma informação importante, todos estavam atordoados, não sabiam onde estavam, nem o que estavam fazendo. Já haviam entendido apenas que deveriam estar em atividade, fazendo alguma coisa.

     Entre tantas coisas estranhas e não explicadas, estava o fato de não sentirem fome, lembrou-se que não comera nada durante o dia, observou que alguns comeram algumas frutas, também não sentia sono, porém deitou-se e ficou observando as estrelas e exclamou:

     — Meu Deus! Alguma coisa muito forte, muito significativa aconteceu, será que é o que estou pensando?

     Depois de algum tempo, acabou adormecendo.

     No dia seguinte resolveu começar nova atividade, junto com novo parceiro, pegou uma escavadeira e começou a cavar um buraco próximo ao homem que observara no dia anterior, tentando conversar com ele:

     — Qual é seu nome meu caro?

     — Carlos.

     — Você sabe que lugar é este? O que estamos fazendo aqui?

     Sem parar de cavar, Carlos respondeu:

     — Não temos certeza de nada, ninguém explica nada. Mas você já ouviu aquela expressão “passar desta para melhor”, “subir para o andar de cima” ou algo parecido? Acho que foi o que aconteceu conosco, meu caro.

     Tobias sentiu um grande tremor, suas pernas fraquejaram, ele caiu de joelhos e começou a chorar. Já tivera aquele pressentimento antes e agora era praticamente confirmado pela observação do companheiro. Carlos o amparou dizendo:

     — Calma! Não tenho certeza de nada.

     — Mas eu acho que você está certo, isto aqui é muito diferente de tudo que já vi. Nós não sentimos fome, já vi alguns comendo frutas, mas parece ser mais por hábito.

     — É verdade! Eu também como às vezes, sinto o sabor, são muito boas, mas acho que se não comer também não me fará falta.

     Tobias mudou um pouco a conversa:

     — Carlos, se realmente estamos em um novo estágio da nossa vida e estamos aqui, deve haver algum propósito.

     — É muito estranho, ninguém nos orienta, já estou aqui há bastante tempo e outros há mais tempo ainda e não sabemos o que fazer.

    Durante o restante do dia Tobias pensou muito, tentando entender o que estava acontecendo e, principalmente, no propósito daquele grupo estar ali. Comeu algumas frutas, eram realmente muito saborosas.

    À noite os guardas se afastavam e eles ficavam mais à vontade, podiam conversar ou dormir se quisessem. Tobias se aproximou daquele homem que vira descendo e subindo o rio diversas vezes, com o tronco de madeira:

    — Como é o seu nome?

    — João.

     Tobias fez todas as perguntas de praxe, João também nada sabia, mas não desconfiava que pudesse ter morrido, achava que aquilo era uma prisão.

     — Se isto é uma prisão, por que ninguém tenta fugir? — Perguntou Tobias.

      João começou a chorar e falou com a voz embargada:

     — É horrível! - E por pouco não conseguia prosseguir, Tobias aguardou um pouco e perguntou:

     — O que é horrível? — João enxugando os olhos prosseguiu:

     — Eu já tentei fugir. Cara, é uma coisa horrível, surge uma grande escuridão e um grande medo e sentimentos de horror se apoderam da gente.

     — Da gente? Havia muitos?

     — Eu tentei sozinho, outros já tentaram em grupos, todos dizem a mesma coisa.

     Tobias ficou novamente sozinho. Andou pelo acampamento observando. O acampamento era iluminado pela luz da pequena fogueira e muitos dormiam em volta dela. Começou a distanciar-se da luz, não tinha a intenção de fugir, mas apenas de verificar as informações de João. À medida que avançava a escuridão se tornava mais intensa, a vegetação mais fechada e agressiva com densos espinheiros. De súbito surge um grande temor de não conseguir mais voltar, a fogueira parecia ter se distanciado repentinamente e era um pequeno ponto de luz longínquo em meio a grande escuridão.

     Tentando voltar, percebeu que estava dentro de um espinheiro e a fugidia luz da pequena fogueira era de parca valia, a escuridão era assombrosa. Tobias começou a rezar fervorosamente e pensou: — Tenho que me acalmar senão não consigo sair deste espinheiro — com muito cuidado e movimentando-se aos poucos foi livrando-se do espinheiro esgueirando em direção à fogueira. Ao retornar percebeu que estava com diversos arranhões e sentia algum incômodo como se fosse dor, mas era uma dor diferente. Todos já dormiam, ele deitou-se e ficou contemplando as estrelas, o céu estava limpo e lindamente coroado de estrelas brilhantes. Procurando mais atenciosamente não conseguiu identificar nenhuma das constelações conhecidas.

     A noite foi longa, Tobias não conseguiu dormir, pensou muito e tomou uma decisão, que poria em prática logo que amanhecesse.

Continua...

 

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