PALAVRAS...
Escuto vozes em violentos desacordos
Palavras! Habitam a superfície de meu celebro
Corro e elas me perseguem como uma raposa a um cão
Na escuridão da noite me ferem até que eu as libertem
Como borboletas no bosque.
Quem as vê perde o alento, se emocionam, riem, choram
Prendem nelas seus sentimentos, a levam ao quarto e dormem
Quando acordam letras garrafais passeiam em suas orbitas
Abrem a boca e contagiam o próximo
As palavras! que pari não me pertencem mais
Vivi passeando nos livros
Por ironia do destino esbarro com ela na rua
Olho-a e ela não reconhece o meu rosto
Abençoo e peço que cumpra o seu destino;
Acompanhar os homens na agonia da solidão
Ana Maria dos Santos