Plagiando Fernando Pessoa - por Antonio Eustáquio Marciano

Plagiando Fernando Pessoa - por Antonio Eustáquio Marciano

PLAGIANDO FERNANDO PESSOA (O MENINO DE SUA MÃE)

 

Na estrada do cerrado,

(Que a morna brisa aquece),

Entre as ferragens, esmagado,

Seu corpo triturado,

(Jaz morto, e arrefece).

 

Raia-lhe a roupa o sangue.

Os braços destruídos,

(Moreno, forte, exangue,

Fita com olhar langue

E cego os céus perdidos).

 

(Tão jovem! que jovem era!

Agora que idade tem?

Filho único, a mãe lhe dera

Um nome que o mantivera:

O menino de sua mãe)

 

Rasgada a camiseta

Do time do coração.

O escudo no para brisas,

Superfícies, antes lisas,

Retorcidas, agora estão.

 

Espalhados pelo asfalto

Estão alguns cedês.

Clássicos e sertanejos,

Revelam seus desejos,

Seus sonhos e os por quês.

 

(Lá longe, em casa, há prece:

Que volte cedo, e bem!)

Alguém, que não esquece,

espera e enaltece

(O menino da sua mãe).

 

Desde cedo, o garoto

Aprendeu a guiar

E agora, com emoção,

Guiava o caminhão

Pra a carga entregar

 

Tempo curto, longa meta.

É preciso desdobrar

Tomando seu rebite

Mesmo que acredite

Que vá prejudicar

 

(Lá longe, em casa, há prece:

Que volte cedo, e bem!)

(Malhas que o Sistema tece!)

(Jaz morto, e apodrece,

O menino de sua mãe).

 

 

 

 

 

Conheça outros parceiros da rede de divulgação "Divulga Escritor"!

 

           

 

 

Serviços Divulga Escritor:

Divulgar Livros:

 

Editoras parceiras Divulga Escritor