Plasticidade - por Luiza do Oh

Plasticidade - por Luiza do Oh

 

Plasticidade

 

O mundo tem mudado muito e o conhecimento tem mudado o mundo. Idos vão os tempos em que se pensava que a estrutura cerebral estava indelevelmente formada, e formatada, quando atingíamos a juventude. Os cientistas demonstraram essa grave incorrecção e fomos todos desafiados a exercitar a plasticidade cerebral. 

Não é de modo nenhum despiciente ver pessoas de idade avançada a aprender novas técnicas, a alimentar interesses, para os quais ainda não tinham tido oportunidade. Afinal temos essa capacidade por muito tempo ignorada - e por isso adormecida - de alterar os efeitos prejudiciais do envelhecimento, mantendo o cérebro activo, continuando a aprender, numa capacidade que se estende pela vida toda.

Esta plasticidade cerebral, descoberta na nossa era, deixa-nos mais responsáveis. Não nos podemos encostar cómoda e "justificadamente" à bananeira de “eu sou assim” sem fazermos figura de ignorantes, ou pior, de idiotas. É a própria neurologia que acaba por validar a psicologia: os nossos caminhos são determinados pelas nossas decisões; e isso é assumir o controle da nossa vida - “eu sou assim” dá lugar a “eu quero assim”.

É por essa razão que acredito que o futuro pode ser mais do que uma extensão arrastada do passado; não tem que ser. Pode ser melhor, muito melhor. A infelicidade que muitos sentem, especialmente nos seus círculos relacionais - de amizade, de família, de conjugalidade - pode ser alterada, porque podemos mudar a nossa forma de pensar nesse relacionamento; não estamos cristalizados. Quantos, em meio a problemas que lhes parecem incomportáveis, se mudam para um novo conjunto de problemas, muitas vezes ainda menos passíveis de os felicidarem!... 

Acredito que eu posso mudar; acredito que o outro pode mudar. Acredito numa nova forma de abordar a situação. Se quisermos, o espírito humano não tem limites. Aceitar essa ductilidade nos relacionamentos, especialmente nos que nos são mais caros, é ter a coragem de fazer a maior mudança: “eu sou assim” dá lugar a “vou moldar assim”. A plasticidade cerebral leva-nos à plasticidade relacional - porque todos temos a capacidade de mudar, moldar, no decurso das nossas vidas... juntos. Acredite!

 

 

 

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