Contexto
O preconceito parece não existir, mas, no entanto, existe, e se manifesta de forma velada, discreta, o que acaba dificultando que seja vencido.
Para falar de preconceito é necessário levar em conta os "conceitos" de uma pessoa. A opinião sobre determinada coisa ou pessoa origina-se no campo das ideias, opiniões e juízos. O preconceito, no entanto, é um conceito antecipado e sem fundamento, uma opinião formada sem ponderação. São imagens distorcidas, construídas antes de se obter todas as informações necessárias, podendo ter origem em experiências negativas ou nos valores transmitidos por familiares ou grupos do qual a pessoa faz parte.
Nessa definição podem ser elencados os preconceitos étnicos, culturais, educacionais, económicos, religiosos, profissionais. Há quem cultive sentimentos negativos também em relação a mendigos, a crianças de rua, a homens ou mulheres, a pessoas de determinada faixa etária ou constituição física.
Albert Einstein fez referência ao preconceito nestes termos: "Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito". Deus, porém, nos dá a chave para lutarmos contra todo tipo de preconceito.
Palavra que orienta
"Com todo o cuidado guarda teu coração,
pois dele procede a vida" (Pr 4,23).
Deus não olha para a nossa aparência e, sim, para o nosso coração: "Não te impressiones com a sua aparência, nem com a sua grande estatura [...]. Meu olhar não é o dos homens: o homem vê a aparência, o Senhor vê o coração" (ISm 16,7).
Precisamos examinar e limpar o coração de todo e qualquer tipo de preconceito, olhar para dentro de nós mesmos e verificar o que obstrui os relacionamentos.
Jesus sempre tomou o partido de quem era prejudicado por preconceitos. No episódio da mulher samaritana (cf. Jo 4,1-42), mexeu com três preconceitos: o de falar com uma mulher; da mulher ser uma samaritana e o de classificar as pessoas de acordo com conceitos morais.
Os preconceitos destroem a igualdade e a reciprocidade nas relações humanas, ou seja, contrariam os ensinamentos de Jesus, segundo os quais não devemos julgar para não sermos julgados. Ele nunca fez distinção: curou cegos, surdos, aleijados e leprosos, acolheu pagãos e comeu com os pecadores, porque o que lhe interessava era a pureza de coração.
Mensagem de esperança
Procure sempre refletir se você age com base em fatos e verdades ou em ideias preconcebidas, em generalizações criadas sem razão ou exame crítico.
Busque conhecer as origens de suas opiniões acerca das pessoas e, se notar algum fundo de preconceito, procure eliminar as raízes que o alimentam.
Acolha as pessoas segundo as virtudes do coração de Jesus, que era desprovido de qualquer tipo de preconceito. Enxergar com os olhos de Jesus é ver além das aparências, é ver o que é essencial para Deus e invisível aos olhos humanos.
Deixe-se tocar pelo amor de Deus, e ele transformará o seu jeito de pensar, ajudando-o a vencer todo tipo de preconceito.
Purifique seu coração e lembre-se que somos todos irmãos, fazemos parte de uma mesma família, cujo Pai é Deus.
Oração
Senhor meu Deus, tu conheces meu coração e sabes que trago comigo alguns preconceitos.
Com fé e decidido a mudar, peço que arranques esses sentimentos pela raiz. Perdoa-me, Senhor, e ensina-me a amar e a respeitar tudo e todos. Que eu possa ver, em cada pessoa, um ser humano criado à tua imagem e semelhança.
Jesus, tu que ensinaste a derrubar preconceitos através das tuas atitudes, faça que eu possa ver além das aparências e lute contra todo tipo de preconceito.
Divino Espírito Santo, toca meu coração com tua luz e fortalece-me para que eu rejeite qualquer atitude preconceituosa.
Olha e abençoa, Senhor, com especial atenção, todas as pessoas que sofrem por causa desse sentimento sem razão e inadmissível. Sê para elas a força e o consolo que necessitam para superar as provações e mostrar sua dignidade.
Que a tua bondade esteja sempre comigo e me ajude a ser cada dia melhor. Amém!
"Senhor, ensinas segundo a verdade
o caminho de Deus"
(Lc 20,21b).
(Texto do livro "Mensagens e orações para diversas situações do dia a dia"- Paulinas Editora)
Publicado em 25/04/2014