Risos que nunca se ouvirão - por Maria de Fátima Soares

Risos que nunca se ouvirão - por Maria de Fátima Soares

RISOS QUE NUNCA SE OUVIRÃO

 

As estatísticas dizem que perdemos 150 portugueses, por dia. Dos que não nascem. Não dos que perdemos com o coração arrancado, a cada um que nos tiram. Pergunto-me: Desde quando as pessoas se tornaram tão egoístas que só pensam nas suas comodidades? Tudo serve de desculpa para não terem filhos?! Antes as mulheres também trabalhavam. Muitas de sol a sol. Não existiam amas, muito o hábito de os deixar com os avós. Muito menos infantários e havia fome! Necessidades. Houve guerra lá fora, aqui racionamento. Em todas as eras HOUVE... Problemas, complicações, falta de dinheiro, precisão de emigrar e eles? Nasciam! Às dúzias numa família. Actualmente é diferente sim, mas basicamente o mesmo! Só que as pessoas NÃO QUEREM abdicar do seu "bem-estar!" Da vidinha nocturna. Devaneios diários. Beleza e manutenção de corpos. Não veem que sem nos "renovarmos," um dia não haverá quem sorria e gargalhe. Pule à corda. Ande aos pulos em poças de água em plena chuva. Continue a aparecer esfolado em casa. Com a cabeça partida... Porque todos seremos velhos! Com muitos rostos fechados, costas curvadas, dores e mazelas. Magras reformas, ou inexistentes, nenhuma alegria. Não existirão tropelias e porquês! Os porquês, que eles nos fazem ir buscar resposta, aos confins do mundo, para dar. 

Por outro lado, chego à conclusão que: Ter filhos num mundo em que as crianças já nascem adultas, sem amor e respeito, não sei se vale a pena, Não tenho a certeza (sendo ingrato dizer isto), se os "futuros" pais de hoje, têm competência para o virem a ser, quando tudo lhes é prioritário. Até o tablet. Não percebo o egoísmo, quando se não houvesse quem os gerasse, muitos dos que hoje renegam o direito de procriar, não teriam visto a luz do dia. Muitas mulheres tiveram-nos. "Sofreram" tudo o que a maternidade acarreta. Insónia, dor, sobressalto, depressão, dúvida... E um imensurável sentimento de plenitude que apaga tudo o que é "doloroso, enervante e menos bom" pelo que é REDENTOR, ser-se mãe. Não existiam baby blogs onde se leem desabafos engraçadíssimos, mas outros lamentáveis. Recorria-se à tentativa. Conversa com os mais velhos, desabafo com os pediatras, enfermeiras. Colegas de "jornada" e muitas souberam (sem que houvesse grande monografia), sê-lo! Honrá-lo. Presentemente? As dúvidas avolumam-se, perante o que assistimos diariamente! Se é para muito disto que os "botam" no mundo, então não o façam! Poupem-nos de mais gente descartável, que abunda em demasia. Mas felizmente, ainda há esperança nalguns. E... Quem "desse" óptima mãe/pai e a natureza não o permita. Está tudo trocado. Não sei que irá ser de nós?  


Maria de Fátima Soares

 

 

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