Sapatos vermelhos
De sapatos vermelhos, e olhar de estrela,
espreita cada dia,
o teatro do tempo
e atropela as palavras
numa refracção de instantes
ao ver a presença no fundo dos meus olhos;
sem ter consciência mínima da vida
a criança de coração grande
caminha no meu (com)passo
perdido no Inverno de noites longas,
na espera fria.
Inocente e corajosa
não sabe que amar é arriscado
e com um sorriso de céu que não murcha
segura na minha mão
onde desaguam sentidos e emoções
pela alegria e esperança
que ela me traz.
De sapatos vermelhos e olhar de estrela
adivinha nos seus sonhos
em aguarelas de percepção
a mulher que me faço ser
e caminhamos de mão na mão
de costas para a virtude
que está no meio.
Luiza do Oh