Trecho do livro Amendoim a tartaruguinha encantada. (Palmira Heine)
Após sair da água em mais um passeio matinal a tartaruguinha viu algo que a deixou muito triste; a sujeira se espalhava pela areia. Plásticos, pedaços de papel, embalagens, palitos de picolé, sacolas e outras coisas poluíam a paisagem.
Quanto mais passeava, mais a tartaruguinha se assustava com o que via: sacos de plástico, pratos descartáveis, garfos, sacolas, canudos, garrafas e muitas outras coisas deixavam a paisagem muito feia.
- Por que será que os homens não cuidam das belezas de seu próprio planeta? Perguntou ela. Quando se derem conta de que estão destruindo a própria casa, será tarde demais, pensava...
-Se essas coisas forem parar no mar, podem matar muitas tartarugas. Refletia ela!
Já tinha visto uma tartaruga ficar sufocada com uma sacola plástica que engoliu, ao confundi-la com alimento. Ao pensar nisso, a tartaruguinha resolveu voltar para o mar para chamar algumas amiguinhas e, junto com elas, fazer o que os homens deveriam ter feito: limpar a areia, levando a sujeira para algum lugar bem longe...
No entanto, quando tentava chegar ao mar, esbarrou numa garrafa plástica que estava no meio do caminho e caiu. Atordoada, levantou para tentar seguir em frente, quando uma coisa inesperada aconteceu.
A tartaruguinha ficou enroscada em uma embalagem plástica que estava jogada na areia.
- Meu Deus! Estou enroscada em um pedaço de plástico. Não consigo sair! Será que alguém pode me ajudar? Gritava o animalzinho em desespero.
Outras tartarugas ouviram o grito da amiga, mas não conseguiam ajudar. A embalagem plástica em que ficou presa era muito resistente. As tartaruguinhas não conseguiam destruí-la por mais que se esforçassem.
- Puxa, acho que ficarei presa para sempre nessa embalagem. Falou com tristeza o animalzinho.
No meio daquela sujeira, enroscada no plástico, a tartaruga pensava que sua vida tinha acabado. O que poderia fazer? Será que conseguiria nadar? Por que os animais tinham que sofrer com o descaso dos homens para com o planeta?
Naquele dia, a tartaruguinha chorou. Nunca tinha ficado tão triste. Estava triste por ela e pela humanidade que destruía a natureza, sem nenhum respeito pela vida... Não conseguia entender como seres humanos, que eram considerados superiores aos animais, não conseguiam, nem mesmo cuidar do seu próprio planeta e muito menos resolver os problemas da sociedade onde viviam. Por que sujavam tanto as praias? Por que poluíam tanto os rios? Ficou pensando, pensando, até que pegou no sono e pela primeira vez, ouvindo o barulho triste do vento que soprava, dormiu ali mesmo na areia! (...)
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