VEREDITO DE AMOR
Foi crime o que cometeste,
Sem medo das conseqüências,
Do meu coração colheste,
A seiva, o néctar, a essência.
Faço-te réu meu amado,
Vais ao Tribunal Supremo,
Serás pelo amor julgado,
Por ter chegado ao extremo.
Em cada delito apurado,
Foste um deus ao me amar,
Da autoria és culpado,
Por meus sonhos vou julgar.
Te nego a absolvição,
Pois floriste a minha vida,
Está movida a ação,
A pena foi proferida.
Eu mesma fiz o acórdão,
Pois, em quimera acredito,
Solto ao vento a solidão,
Dou aqui o veredito.
Por mim foste condenado,
Sem direito a recorrer,
De ser feliz ao meu lado,
A cultivar bem querer.
Preso na penitenciária,
Do meu coração alado,
Nesta chama incendiária,
Da loucura em ser amado.
Foi pronunciada a sentença,
Que em versos entra em vigor,
Na felicidade e a crença,
De viver um grande amor.