Zilda de Oliveira Freitas - Entrevistada

Zilda de Oliveira Freitas - Entrevistada

Por jornalista Fernando Luis Soares Carvalho

 

Zilda de Oliveira Freitas é Doutora em Estudos Portugueses pela Universidade Aberta de Portugal, Doutora em Educação pela Unitec Virtual, Doutora em Estética pela Faculdade Internacional de Cursos Livres, Mestre em Filosofia pela Faculdade Internacional de Cursos Livres, Mestre em Letras pela Universidade Federal Fluminense, MBA em Gestão de Pessoas pela ESAB, Especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Graduada em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). Atualmente cursa Pós-graduação em Ciências da Religião. É idealizadora e Presidente de Honra da ONG Palavras de Amor/Rio de Janeiro. Obteve o Prêmio Talentos Helvéticos-Brasileiros em 2016, o Prêmio Literário Garcia Lorca em 2015 e o Prêmio PoeArt em 2014. Publicou textos na Alemanha, França, Espanha, Suíça e Portugal. É membro da Associação Internacional de Lusitanistas, da Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa, da União Brasileira de Escritores, da União Baiana de Escritores e da Academia de Letras de Jequié. Atua como Pesquisadora e Professora de Literatura Portuguesa na UESB/Campus de Jequié.

 

“A poesia está em nosso cotidiano. Está presente no sorriso de uma criança, no barulho da água de uma cachoeira, nas cores de um pôr-do-sol. Mas a vida agitada que levamos não nos deixa tempo para perceber que tudo é poesia e há poesia em quase tudo.”

 

Boa Leitura!

 

Quem é Zilda de Oliveira Freitas?

Zilda Freitas – Sou uma educadora que gosta de escrever poesias. Vivi minha adolescência em Natividade, região de montanhas silenciosas e gente tranquila, no interior do Rio de Janeiro. Outra opção cultural não havia, além da imensa biblioteca da minha família, que era também o nosso ponto de encontro, nos finais de tarde. O gosto pela leitura e minha educação literária surgiram nessa época, para depois se tornar minha profissão.

 

Você lançou o livro “A Mensagem Poética de Fernando Pessoa”. Fale um pouco dessa nova obra.

Zilda Freitas – Fernando Pessoa escreveu 37 mil poemas nos 47 anos que viveu. Se acrescentarmos as peças de teatro, os roteiros de cinema, as cartas e outros apontamentos, temos cerca de 100 mil textos escritos por Fernando Pessoa. Desta obra gigantesca, extraí apenas um poema intitulado Ulysses, e sobre ele escrevi minha tese de doutorado. São quase 500 páginas sobre um único poema de Fernando Pessoa, e acredito que ainda há muito mais a ser comentado. O livro que ora lanço em Jequié é um estudo crítico e sintético sobre as minhas ideias a respeito da obra Mensagem, na qual se insere o poema Ulysses, o qual apresento abaixo, aos leitores.

Ulysses

O mito é o nada que é tudo.

O mesmo sol que abre os céus

É um mito brilhante e mudo —

O corpo morto de Deus,

Vivo e desnudo.

 

Este, que aqui aportou,

Foi por não ser existindo.

Sem existir nos bastou.

Por não ter vindo foi vindo

E nos criou.

 

Assim a lenda se escorre

A entrar na realidade,

E a fecundá-la decorre.

Em baixo, a vida, metade

De nada, morre.

 

Fernando Pessoa escreveu sob múltiplas personalidades. Os seus personagens tinham vida, possuíam personalidade própria. Você acredita que essa característica marcante de Pessoa é própria dele ou é do ser humano, que muitas vezes se esconde em “máscaras” do seu cotidiano?

Zilda Freitas – Fernando Pessoa exercitou o jogo de máscaras com tamanha genialidade, que até nos faz esquecer que autores anteriores a ele também utilizaram máscaras, também possuíam heterônimos. É o caso dos escritores portugueses Almeida Garrett e Eça de Queirós, de filósofos como Kierkegaard e de todos nós, seres humanos e narradores de nossa própria história. Todos nós utilizamos máscaras, principalmente em nossas relações sociais, quando o mascaramento é uma questão de resistência e aceitação social.

 

Em sua opinião, o que falta para a poesia ser mais divulgada na sociedade?

Zilda Freitas – A poesia está em nosso cotidiano. Está presente no sorriso de uma criança, no barulho da água de uma cachoeira, nas cores de um pôr-do-sol. Mas a vida agitada que levamos não nos deixa tempo para perceber que tudo é poesia e há poesia em quase tudo. É aí que está a importância dos pais e dos professores. Conviver com bons leitores [pais, professores] pode despertar em nós a sensibilidade para gostar de ler e compor poesias. A sociedade [que somos todos nós] precisa reservar espaço para divulgar poesia, principalmente a obra dos novos poetas. A sociedade deve entender que a poesia é o que nos humaniza. Sem a arte, nossa cultura empobrece e nos tornamos pessoas insensíveis à beleza. Portanto, o que falta para a poesia ser mais divulgada são pais e professores que incentivem as crianças a lerem mais, lerem sempre, lerem sem preconceitos todo o tipo de livros para, aos poucos, montarem sua própria biblioteca pessoal. Um questionamento: quantas casas você conhece que possuem bibliotecas maiores do que a tela da televisão? Casas com grandes bibliotecas sinalizam que ali certamente moram bons leitores.

 

Onde comprar o livro:

PORTUGAL:

https://www.chiadoeditora.com/livraria/a-mensagem-poetica-de-fernando-pessoa

 

BRASIL:

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https://www.travessa.com.br/a-mensagem-poetica-de-fernando-pessoa/artigo/5e83c50e-0cff-4135-822d-079343ea43f4

 

https://www.saraiva.com.br/a-mensagem-poetica-de-fernando-pessoa-9428826.html

 

 

 

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