LISBOA É BONITA! MAS O PORTO…
Tem um carisma muito próprio! Os de "cá de baixo" são simpáticos e afáveis! Mas os de "lá de cima" são hospitaleiros e uns mãos largas!" Com o sorriso, vêm o coração agarrado e uma travessa enorme, que dá para dois, quando é um único à mesa!
O ar tem "outra graça!" Todo este colorido e "antiguidade" integra-se numa modernidade apressada, quando se olha de relance e parece parado no tempo? É puro engano! Penso mesmo que rivaliza muito e em melhores coisas com a CAPITAL. Tenho uma "costela" do norte sou suspeita, mas como dizia um cantor muito conhecido, sinto-me dividida entre "dois amores" e não sei qual prefiro!
Sempre que "vou lá acima," enche-se-me a alma do que "cá em baixo" necessito, mas por vezes não tenho. Pureza! Genuinidade. Afecto simples. Porta aberta, sem recorrer ao ferrolho. Tradições que se prezam, mais que "cá!" Gente que é mais "arraigada!" Que solta um piropo dos antigos e nos faz rir, o ego aumentar. Logo a seguir um palavrão, que se cora (na boca de uma mulher), que sem problema, diz o que pensa! Deixa bem claro, até onde se pode ir. "Cá em baixo" há muita contenção, o que é prejudicial ao "genuíno." Há a "mania" do elitismo. Do "demodé" ou dentro da moda. Do isto e do aquilo. Tanta coisa parva, que impede as pessoas de viver, por isso quando ouço uma boa gargalhada estridente? Até me admiro. Parece que andamos todos metidos em caixas... LISBOA tem de deixar de ser tão "fina," arrogante, contida... Desconfiada. Sobrecarregada! E pobre, no fundo... "Lá em cima" residem ainda os solares. As "fortunas." As famílias, os brasões, que aqui há mas... Faliram!
Portugal é lindo e o "meu" Alentejo é doce, no cheiro a espigas, misturado com papoilas. Troncos de oliveira. Azinheira. Planícies sem fim. Casas baixinhas caiadas de branco, com uma barra azul ou amarela na "saia." Azeitonas com alho e orégãos. Pão também do bom e farto. Porco preto e migas. Habituei-me aqui e também gosto desta gente, (fraterna e boa) mas ainda mais "fugidia/arisca" que a de Lisboa... Foram açoitados pela ingratidão e dureza da vida. Pelas milícias que matavam, enquanto se ceifava. O engolir sem puder falar. Ir a salto para fora... O braço operário. Desemprego. E o cante, onde expressam tudo... Tão lindo!
E o Algarve! Com os figos e praias. Casinos e hotéis. Cosmopolita! O que não me excita, porém igualmente maravilhoso. Hoje fui selecionada para uma colectânea sobre o Porto. E o norte para mim? É, BERÇO! Não só da "nacionalidade." É refúgio. PAIXÃO!!! Um dia, como não só eu direi... "Ainda vou viver para o Norte." Nem que seja na minha última morada.