Pendura - por Maria Estela Ximenes

PENDURA

 

Logo que saiu para trabalhar, a mulher lembrou que havia esquecido de pendurar  as suas roupas  no varal  para secar. E justo num dia ensolarado.

Ficaria confinada no apartamento, lavando e pendurando roupas alheias enquanto  as suas  estavam acumuladas  na bacia, sem ninguém para estendê-las.

Pensar nas roupas molhadas incomodou a mulher durante  o dia inteiro, pois sabia que quando chegasse em casa, o sol estaria se pondo.

O sol, que iluminou  roupas alheias, secou os tecidos a ponto de deixá-los macios ao toque. E quando finalmente terminou o seu expediente, não havia  mais sol para secar as suas próprias roupas.

Então, a mulher passou na mercearia e comprou mantimentos. E a única coisa que conseguiu fazer  para si mesma foi  pendurar  a sua conta  com o dono do estabelecimento. Hoje pendurou  os mantimentos que comprou, amanhã penduraria as roupas no varal.

 

                                                   Crônica do livro “Um pindaíba nunca está sozinho”

 

 

 

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