Ricardo Pontes Nunes - Entrevistado

Ricardo Pontes Nunes - Entrevistado

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

 

Ricardo Pontes Nunes, nasceu no Maranhão, onde ainda na infância lhe ocorreu que o mundo e os fatos da vida possuíam outras dimensões além da trivial, as quais descobriria mais tarde poderem ser compartilhadas através da linguagem literária. Uma sequência de influências o marcaria desde então, como o movimento romântico e o naturalismo do séc. XIX, o pós-modernismo e o realismo mágico latino americano. Em seu livro de estreia na ficção, “Entre Fados e Tumbas e outros relatos mundanos”, o autor faz uma coletânea das tramas e situações que lhe pareceram mais emblemáticas daquela sua antiga percepção sobre um mundo em camadas, e declara tê-lo escrito como uma forma de tentar mostrar como a realidade pode se revelar espantosa.    

 

“Conheci algumas daquelas pessoas ou fiquei muito impressionado com o que lhes havia sucedido na vida real. Sim, a maioria dos contos é baseada em fatos.”

 

Boa leitura!

 

Ricardo Pontes Nunes, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, em que momento se sentiu preparado para publicar “Entre Fados e Tumbas”?

Ricardo Nunes -  Concordo com aquela máxima que diz que para o autor o livro nunca está pronto enquanto não o publica. Foi assim comigo. Alguns amigos me haviam incentivado a que eu publicasse. Então reuni tudo o que eu tinha e fiz os últimos ajustes e complementos. Acho que o mais difícil nessa preparação que foi superar as influências, a questão do estilo.

 

Você sempre gostou de escrever contos? O que mais o atrai neles?

Ricardo Nunes -  Acho que os contos em si são apenas um veículo, uma ponte, assim como os demais gêneros, ou a arte em geral. O que eu queria mesmo era deixar registradas as minhas sensações diante de certos acontecimentos que marcaram a vida das personagens e a minha própria também. Experiências de vida muitas vezes desconcertantes, mas que poderiam ter sido as de qualquer pessoa em qualquer lugar ou tempo. As dimensões do conto eram suficientes para eu compartilhar essas sensações, fazer uma síntese do que era essencial, do que eu pretendia mostrar com elas.

 

Quais critérios foram utilizados para a escolha do título?

Ricardo Nunes -  Acho que a sonoridade. É o título de um dos contos que compõem o livro. Um pouco rotundo, eu sei, mas também porque acredito que estejamos muito confusos sobre essa linha demarcatória, mas demasiado fluida, entre destino e livre-arbítrio, em que a única certeza que carregamos é a da morte. Num mundo que perdeu sua fé na eternidade, as coisas se tornam ainda mais fortuitas e carentes de significado. Quis que o título remetesse as pessoas a esse dilema.

 

Apresente-nos sua obra.

Ricardo Nunes -  São relatos de coisas que fui compilando com o tempo, recompondo-as em uma roupagem literária. O principal para mim era o que podiam revelar de absurdo, emocional ou assombroso na condição humana. Nessas circunstâncias parece que o que é doloroso sempre se sobressai, mesmo quando apenas nostálgico. Não redigi o livro em torno de uma temática ou segmento específicos, tampouco em torno de uma “moral da história”, pelo menos não que eu saiba, rsrsrs. Como afirmei em uma outra conversa, tenho para mim que a literatura não seja constituída apenas pelas histórias em si, mas sobretudo pela forma em que são recontadas, transmitidas, em busca de um sentido pra elas. A versão escrita, a literatura, talvez não seja senão uma espécie de perspectiva mais elevada da realidade, mesmo que a história narrada seja infame.

 

Apresente-nos os títulos dos contos de “Entre Fados e Tumbas”.

Ricardo Nunes -  A intrusa; O Último Navio Fantasma; O Jaguar; A Seita de Irineu Lopes; Constança Aguiar; O Cognoscível Paradeiro de Fawcett; Os Deuses Facínoras; Viagem; A Ferrovia; Aos Deuses Manes; Bichos; Genésia; O Sonho de Viriato; Um Uróboro; e Entre Fados e Tumbas.

 

O que mais o atrai nesta obra literária? Dê-me três motivos para ler “Entre Fados e Tumbas”.

Ricardo Nunes -  Acho que a empatia pelos personagens. Conheci algumas daquelas pessoas ou fiquei muito impressionado com o que lhes havia sucedido na vida real. Sim, a maioria dos contos é baseada em fatos. Motivos para lê-lo? Um deles seria exatamente esse, a empatia que acho que os personagens irão despertar, mas principalmente saber o que lhes aconteceu. Pessoas comuns vivendo situações incomuns, mas que se pareceriam situações normais ou inevitáveis para qualquer um de nós se estivéssemos nas mesmas circunstâncias em que aquelas pessoas se encontravam.

 

Como podemos adquirir seu livro?

Ricardo Nunes -  O livro está disponível nos sites da Amazon, da Livraria da Travessa e, com FRETE GRÁTIS, no site do autor: www.letteramundi.com

 

Quais os seus principais objetivos a serem alcançados na área literária?

Ricardo Nunes -  Obviamente que ninguém escreve para si mesmo, para guardar. Que outros o leiam, eis sua ontologia. Mas que as pessoas sentissem o que senti. Gostaria que os leitores pensassem nas pessoas que viveram aquelas histórias, jamais em quem as escreveu. Tenho em mente que o livro não me pertence. É uma espécie de doação, porque foi o que elas viveram na pele que me forneceu os elementos para tentar recontar tudo. Acho que na literatura, como na vida, ter tato na sinceridade contribui muito para construirmos essa empatia, essa autenticidade que o leitor busca, para que encontremos nossa própria voz. Acho que quando percebe essa honestidade o leitor fica mais propenso a se identificar com o texto. Buscar esse timbre, esse tom de voz interior, aperfeiçoá-lo, é uma meta a ser seguida; desde, é claro, que tenha algo para dizer, que considere que mereça ser contado.

 

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecê-lo melhor. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixaria para nossos leitores?

Ricardo Nunes -  Para os que conseguiram chegar até o final desta conversa, agradeço pela paciência. Acho que disse o necessário. E os livros podem falar por si, é o que me propus em “Entre Fados e Tumbas - e outros relatos mundanos”. Grande abraço.

 

 

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